Robert De Niro, Tommy Lee Jones, Morgan Freeman. Essa é uma reunião que até lembra aquela feita em O Irlandês ( 2019), com a velha guarda dando show também para gerações que não a conheceram em seu auge. No entanto, diferente do filme pretensioso de Martin Scorsese, Vigaristas em Hollywood (The Comeback Trail) é leve e divertido, além de demonstrar o talento de seus maduros atores da mesma forma.
No enredo, De Niro interpreta Max Barber, um produtor de cinema praticamente falido que deve dinheiro à máfia. Para tentar se salvar, ele monta um esquema de seguro em cima da estrela de seu novo filme, Duke Montana (Tommy Lee Jones), mas nada sai como o planejado.
Dessa forma, por meio de um roteiro inteligente e relativamente dinâmico, o diretor George Gallo – que também assina o roteiro em parceria com Josh Posner – nos presenteia com uma grata surpresa de metalinguagem cinematográfica, mostrando de uma forma meio torta, mas com certo grau de veracidade, como funciona essa indústria do entretenimento em que o dinheiro na maioria das vezes fala mais alto do que o verdadeiro talento.
A grande questão a ser analisada pela história, portanto, é o tipo de combustível usado para mover essa máquina de sonhos chamada cinema, questão esta que o trio de veteranos consegue colocar muito bem.
De Niro é o protótipo perfeito dos produtores hollywoodianos, que caem na desgraça ou nos braços do público com a rapidez de um filme. Freeman representa com a elegância de sempre a máfia que os investidores da maior arte que o mundo já experimentou pode ser. E Tommy Lee Jones, simplesmente impagável, representa a pureza e a essência do verdadeiro talento.
Mas não se preocupem! Vigaristas de Hollywood não é um filme feito somente para seu próprio meio, daqueles que somente cineastas e filósofos do sétima arte irão gostar. A metalinguagem, apesar de não acidental, ilustra uma história para cair no gosto de um público muito maior. Sim, é cheio de luzes, câmeras e a velha guarda entra em ação para um filme que vai arrancar boas risadas do espectador. Fica a esperança de que o combustível da máquina de sonhos, do qual parece que essa geração veterana ainda possui um pouco, possa se tornar sempre e cada vez melhor.
Uma resposta
Só pelos atores já vale a pena.