Crítica de filme

A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas

A Sony Pictures chegou com força em seu primeiro filme exclusivo da Netflix, A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (The Mitchells vs the Machines). Leve, divertida e dinâmica, a animação é tudo o que um filme voltado para toda a família precisa ser (o próprio título do filme não me deixa mentir!), e não é à toa que a película animada já uma forte candidata a concorrer ao Oscar em sua categoria em 2022.

O enredo nos apresenta um grupo de pessoas estranhas e peculiares. Os Mitchell parecem ser a típica família americana – pai, mãe, um casal de filhos e um cachorro, mas sua extravagância não passa despercebida nem para os olhos mais desatentos. Um dia, enquanto faziam uma viagem para levar a filha mais velha, Katie (Abbi Jacobson), para a faculdade do outro lado do país, os Mitchell são surpreendidos pelo apocalipse robô e se tornam a última esperança da humanidade.

A história pode até soar, clichê, mas quando o filme é bom, isso não importa nem um pouco, e a animação em questão está em um patamar bem acima da maioria. Sendo assim, quando o assunto é comédia, é muito fácil errar a medida, exagerando demais e tornando esse ou aquele personagens irritantes, mas isso não acontece em A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, que acerta a dose perfeitamente e entrega um humor de excelente qualidade não só no enredo, como na técnica.

Dessa forma, o estilo de animação assemelha-se com o do incrível Homem-Aranha no Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse, 2018), no melhor estilo Sony de ser, possuindo, portanto, muita informação visual e muita cor, nunca deixando de ser muito bonito. Porém, isso importa menos do que as risadas que o filme arranca. Para tanto, os diretores utilizam magistralmente a trilha sonora e o fofo e esquisitíssimo cão de olhos esbugalhados da família, Monchi (Doug the Pug). também não há como não destacar o belíssimo trabalho de Michael Rianda como Aaron / os Furbies / O Cão Falante / Voz Entusiástica do Wifi. Sua voz marcante em um garotinho causou um efeito simplesmente maravilhoso!

Por isso, fica claro que a cultura contemporânea voltada totalmente para o mundo digital é o foco da crítica que a película animada quer fazer, afinal, estamos falando de uma revolta das máquinas – celulares, vídeos e redes sociais estão na crista da onda -, mas o filme também frisa a inveja que os Mitchell mais velhos sentem dos Posey, seus vizinhos aparentemente perfeitos – o que é uma de suas melhores sacadas. Ademais, é interessante notar como Aaron representa o vínculo que os americanos jamais conseguiram cortar com a era jurássica, sendo um aficcionado por dinossauros.

E assim, entre caretas e risadas, o que importa mesmo no final é a mensagem principal que A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas mostra: por mais que os tempos mudem e os valores se transformem, a importância da família permanece e deve ser preservada! É isso que, de forma divertida, Katie vai descobrir!

Compartilhar
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas Poster
País: EUA, Canadá, Hong Kong
Idioma: Inglês

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *