Roland Emmerich gosta bastante do apocalipse e parece que o fim da Terra não sai de sua cabeça. Após O Dia Depois de Amanhã (2004) e 2012 (2009), ele agora lança Moonfall: Ameaça Lunar (Moonfall) com a mesma temática, só que, dessa vez, como o título mesmo revela, a ameaça é a lua que, por algum motivo, resolveu sair de sua rota normal ao redor da órbita do nosso planeta azul.
Basta olhar para os dois filmes anteriores para perceber, portanto, que Moonfall carrega a assinatura de Emmerich, não se diferenciando muito (ou quase nada) das obras passadas do diretor alemão. Só que, dessa vez, são Halle Berry, Patrick Wilson e John Bradley (o Sam Tarly de Game of Thrones) que têm que salvar o mundo da destruição iminente.
Eu, particularmente, gosto bastante dos filmes de Emmerich que, além de serem bastante dinâmicos e apresentarem enredos interessantes, são muito divertidos, principalmente em razão das teorias malucas que carregam e das missões impossíveis que os heróis precisam cumprir para impedir nossa extinção. E se somarmos a isso um bom elenco, não tem como dar errado.
Sendo assim, em 130 minutos de filme é possível observar os dramas pessoais de Jo Fowl (Berry) e Brian Harper (Wilson) enquanto o céu parece, literalmente, cair sobre nossas cabeças, o que para alguns pode parecer (compreensivelmente) desnecessário, mas não é algo que entendo que atrapalhe a experiência do espectador.
É verdade que um ou outro detalhe poderia ter sido melhor explorado em detrimento do que nos foi apresentado – como os vilões que aparecem quase que en passant na tela -, mas na verdade, Moonfall é um filme que revela muito da nossa natureza humana, tanto para o bem, como para o mal, e creio que o roteiro cumpriu bem esse papel.
Ademais, acredito que essa constatação fica praticamente em segundo plano quando as atuações dos protagonistas estão tão no ponto e fazem tudo valer a pena. A presença de John Bradley em cena é um tempero especial na trama, proporcionando o alívio cômico perfeito que enriquece a obra, ainda mais quando o carisma de Sam Tarly ainda permanece recente em nossos corações!
Quanto aos quesitos técnicos, a fotografia mais escura do filme casa muito bem com o enredo e o estado de espírito dos personagens, e os efeitos especiais são bastante satisfatórios, principalmente para um filme que tem bastante tempo no “espaço sideral”.
Mas quando falamos de conteúdo, é fato que a película é recheada de teorias da conspiração (aliás, KC Houseman, o personagem de Bradley, é um teórico da conspiração) e é preciso se divertir com elas! É muito mais interessante embarcar na “viagem” do filme e considerar essas possibilidades hipotéticas do que levá-las muito a sério.
Dessa feita, Moonfall: Ameaça Lunar abre muito bem o ano na categoria de filmes que falam sobre o espaço, mais leve e menos intenso do que Gravidade (2013) ou Interestelar (2014), mas não menos interessante, só um pouco diferente. Também tem bons heróis, e vale a pena decolar com ele.