Cuidado, contém spoilers! Se você ainda não assistiu ‘Não Fale o Mal’ (2024), fique avisado…
Prepare o seu melhor “mas que diabos?!” porque Não Fale o Mal, o novo terror da Blumhouse ousou mexer no filme original dinamarquês de 2022, no qual é baseado, e a internet explodiu por causa disso!
Pois é, mas pra você entender, vamos dar uma olhada no enredo da história?
Imagine só: o casal americano, Ben (Scoot McNairy) e Louise (Mackenzie Davis), fofos e educados (leia-se: americanos típicos), encontram o casal britânico Paddy (James McAvoy) e Ciara (Aisling Franciosi), gente “excêntrica” com um quê de sinistro, quando estavam em férias na Itália. Mas rola um clima amigável, seguido de um convite para um fim de semana na fazenda deles depois, e pronto! Lá vamos nós para a toca do coelho (ou melhor, a fazenda da perdição).
A Louise bem que não queria aceitar, ela achou meio estranho o convite do casal que eles mal conheciam. Mas para agradar o marido (o casamento deles não estava lá muito bem…), que curtiu a ideia, ela resolve ceder. É aí que a coisa degringola de vez! O negócio aqui é o terror psicológico que te faz questionar cada interação social depois.
James McAvoy, o eterno Professor Xavier dos X-Men, encarna o perturbado Paddy com um jeitinho afetado que dá pra desconfiar. Sério, o cara faz parecer que tomar chá das cinco com ele é pedir para virar personagem de um conto macabro do Edgar Allan Poe. E o pior? Ben e Louise, mesmo com todos os sinais vermelhos piscando, preferem ignorar o sexto sentido e engolir sapos maiores que a conta de luz no fim do mês, tudo para não parecerem… grosseiros.
É a Agnes (Alix West Lefler), filha deles, que começa a desvendar as coisas com a ajuda de Ant (Dan Hough), suposto filho dos anfitriões. Isso mesmo! Suposto. Depois a gente vai descobrir que o menino é, na verdade, vítima dos psicopatas, cujo modus operandi era atrair famílias desavisadas para a fazenda para dar cabo delas.
Sim. Paddy e Ciara são tão doidos que diziam que Ant tinha uma doença congênita que fazia com que sua língua não crescesse, quando o que realmente tinha acontecido é que eles a tinham cortado, literalmente, para que ele não pudesse falar nada do que havia acontecido com seus verdadeiros pais.
Mas calma que a coisa fica pior. A Blumhouse resolveu dar uma repaginada no final do filme original. Se você já viu a versão dinamarquesa, sabe que o negócio termina mais amargo que café sem açúcar. Família feliz? Só que não! A versão da Blumhouse, no entanto, resolveu injetar uma dose cavalar de justiça com as próprias mãos, transformando o desfecho em um festival de “morte aos vilões” que faria Tarantino corar.
E não, não estamos falando de um simples “pega o facão e corre atrás do assassino”. Não Fale o Mal versão Blumhouse te entrega… Vilões arrebentados? Temos! Sangue jorrando? Claro! E para finalizar com chave de ouro, a cereja do bolo: James McAvoy provando do próprio veneno e tendo um encontro nada agradável com a fúria vingativa de uma criança traumatizada, que destrói sua cabeça com repetidos golpes de pedra. É de aplaudir de pé!
Mas não é como acontece na versão original do filme que é bem mais, digamos… realista e não doura a pílula! A Dinamarca deu cartão vermelho pra justiça e mostrou a coisa todo como ela é, crua mesmo. Bjørn e Louise não fogem, a língua de Agnes é cortada na frente deles e depois, o casal é obrigado e se despir só para serem apedrejados até a morte pelos psicopatas Patrick e Karin. Ponto pra eles de novo. Bizarro, sombrio e real.
No fim das contas, o que temos é um remake que divide opiniões. Se você busca a crítica social afiada e o final devastador do original, prepare-se para a decepção. Mas se você curte um bom e velho guilty pleasure, com direito a vingança sangrenta e um final “feliz” (se é que podemos chamar assim), Não Fale o Mal versão Blumhouse te entrega tudo isso e mais um pouco. Só não diga que a gente não avisou: depois desse filme, você nunca mais vai olhar para seus vizinhos da mesma forma.
Uma resposta
Aflitivo, hem?