Crítica de filme

A Hora do Vampiro

Publicado 1 mês atrás
Nota do(a) autor(a): 3.0

Stephen King talvez seja um dos autores mais adaptados e readaptados para o cinema. De Cemitério Maldito a It: A Coisa, os filmes com suas histórias, por motivos óbvios, combinam muito com o mês de outubro. Por isso, recentemente, a Max inseriu em seu catálogo a nova versão de A Hora do Vampiro.

Sim, senhores, e parece importante dizer que, aqui, os vampiros não são seres sensuais e romantizados. Essa tendência que surgiu na cultura pop com obras como Entrevista com o Vampiro e o famigerado Crepúsculo, parece enojar um pouco o diretor e roteirista Gary Dauberman e também não parece fazer muito o estilo de King.

Assim, eles fizeram um pacto tácito de que em sua obra, essas criaturas da noite continuariam sendo exatamente isso: criaturas da noite, com todas as suas características clássicas – têm aparência medonha, morrem se atingidos pela luz do sol ou com estacas de madeira diretamente no coração; a água benta e a cruz os afugentam; eles só podem entrar na casa de uma pessoa quando convidados e também não podem pisar em solo sagrado. Básico do básico. E podem acreditar, mesmo assim, nosso protagonista Ben (Lewis Pullman) tem um trabalhão danado nessa luta contra o mal.

E tudo começa com ele mesmo, Ben, quando, depois de uma longa ausência, ele retorna à Salem’s Lot, sua cidade natal, em busca de inspiração para seu novo livro. Salem’s Lot, inclusive, é o nome original da obra de King, e sua adaptação para o português como A Hora do Vampiro é uma triste perda para o enredo, já que a cidade, como em todos os livros do autor, é um dos seus personagens.

E os moradores de Lot começam a ser gradativamente transformados em vampiros quando Barlow, uma espécie de Conde Drácula americano, resolve transformar o lugar em seu ninho macabro de criaturas de caninos pontudos. E nada nem ninguém é poupado.

Mas será que essa nova versão de A Hora do Vampiro ficou boa?

Eu diria que sim, a começar pelo elenco. Apesar de não ser o protagonista mais carismático, Lewis Pullman, que ganhou notoriedade com sua atuação no ótimo Uma Questão de Química, da Apple TV+, lidera bem a história junto a Makenzie Leigh, que interpreta Susan. E o elenco infantil, como já se tornou marca de King, também não fica para trás. Destaque para Nicholas Crovetti, que interpreta o intrépido Danny.

No entanto, não esperem grande coisa. Na visão de alguém que nunca leu o livro base da história em específico, tudo acontece rápido demais, o que faz com que o resultado seja um filme um pouco superficial, sem que haja tempo de nos conectarmos com as personagens, todas com menos tempo de tela do que deveriam. É algo bom que película tenha menos de 120 minutos, mas no caso, além de cidadãos inocentes, A Hora do Vampiro, versão 2024, sacrificou também a profundidade necessária para uma satisfatória retratação da trama.

Por outro lado, é um longa que os fãs de terror e especialmente de Stephen King não deveriam ignorar. Mesmo que o roteiro não tenha enfiado a estaca fundo o suficiente no coração da história, o saldo final ainda é positivo e diverte!  

Compartilhar
a hora do vampiro cartaz

A Hora do Vampiro

Salem's Lot
País: EUA
Direção: Gary Dauberman
Roteiro: Stephen King, Gary Dauberman
Idioma: Inglês

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *