Fãs do Mötley Crüe são presenteados com um filme divertido, retrato verdadeiro no estilo sexo, drogas e rock and roll
Os fãs do Mötley Crüe não precisaram esperar muito tempo para sentir saudades da banda de rock nos palcos. Nesta segunda-feira (18/11), quatro anos depois de uma turnê de despedida, o grupo confirmou outra turnê de reunião para 2020. E é impossível falar do quarteto americano sem lembrar do filme The Dirt – Confissões do Mötley Crüe, produção lançada este ano pela Netflix.
O famoso jargão “sexo, drogas e rock and roll” é a descrição perfeita para a carreira do lendário Mötley Crüe e, seguindo essa premissa, isso não poderia ser diferente no filme. O longa retrata a história da banda estadunidense sem fugir do clichê, que é bem presente em biografias de rockstars. Entretanto, este filme vai além e nos apresenta um retrato mais cru e ácido da trajetória do quarteto.
Baseado no livro de mesmo nome, lançado em 2001, e com direção de Jeff Tremaine (Jackass), The Dirt – Confissões do Mötley Crüe passa por várias etapas, desde a formação do grupo e início de carreira até o estrelato, fama mundial, ascensão, queda e redenção. Assim, mesmo com um roteiro mais simples, é possível encontrar muito humor ácido e profundos dramas que dão um clima interessante, prendendo o espectador.
Protagonistas
Os protagonistas são Nikki Sixx (Romeo e Julieta, Lola), Mick Mars (Games of Thrones), Tommy Lee (Bird Box) e Vince Neil (O Justiceiro). Quatro personalidades diferentes, cada um carregando um drama pessoal e uma ambição diferente. E conseguem cativar o público.
Surgida em 1981, após o baixista Nikki Sixx sair da banda London, e se juntar com o baterista Tommy Lee, o Mötley Crüe se tornou uma sensação com apresentações memoráveis em Los Angeles, com muita energia do vocalista Vince, a guitarra feroz e rápida de Mick e a empolgada cozinha de Nikki e Tommy. As histórias e os excessos do grupo nos bastidores são o pano de fundo de Dirt.
Apesar de um ponto fraco ser a falta de profundidade e o ritmo acelerado nos fatos, o resultado pode ser proposital para um longa mais enxuto, voltado para a faceta sem limites da banda, em um filme divertido e com o principal intuito de entreter. Sem falar na empolgante trilha sonora com os grandes clássicos do Mötley.
Além do quarteto principal, personagens secundários se destacam, como Pete Davidson, o empresário da A & R Ddoofus que assinou com a banda, e David Costabile, o empresário da banda que faz de tudo para manter os eixos. Todavia, é um missão difícil quando se trata do Mötley Crüe.
Cena polêmica
Contudo, há momentos memoráveis, como a turnê com Ozzy Osbourne, que participa do longa na pele de Tony Cavalero . O espectador talvez fique surpreso com uma polêmica cena protagonizada pelo ídolo do Heavy Metal que ocorreu na vida real, segundo os autores. Posteriormente, a história da banda segue por um clima mais dramático que é emocionante.
Um ótimo filme, The Dirt – Confissões do Mötley Crüe consegue sair do comum em diversos momentos, mas deixa de ser perfeito por perder um pouco o ritmo e pode deixar quem não conhece a banda continuar sem conhecer após o filme. Ficaram vagas várias questões, como histórias fora dos palcos, as famosas festas promovidas por eles, turnês mundiais, participações, motocicletas, formação das famílias, ensaios, entre outros.
Mas se salva ao ser carregado de histórias engraçadas da banda, por exemplo, as destruições em hotéis, clube de strippers e uso de drogas. Assim, no final há uma redenção que faz o filme valer a pena de ser conferido, principalmente se o foco do espectador for, em prioridade, a diversão.