Novembro chega trazendo duas certezas: o início da temporada de filmes natalinos e o avanço da missão furtiva da Netflix de absorver a estética do estúdio Hallmark. No Ritmo do Natal prometia ser um dos filmes mais interessantes de 2024, mas o que recebemos foi uma trama que parece ter sido elaborada por um assistente de IA com o mínimo de orientação possível. Não quis esperar muito pra escrever sobre o filme com medo de apagar da memória com tanta intensidade quanto a de um neuralizador do MIB.
O que falta é elementar: carisma, química e, principalmente, aquele charme natalino. Não estou sendo amarga, adoro um clichê de Natal, mesmo que a maioria repita os mesmos desdobramentos narrativos. A fórmula pode ser tão repetitiva quanto um bolo de frutas cristalizadas, mas isso não importa se o enredo trouxer aquele brilho especial que a época permite.

Dos mesmos diretores de Vingadores: Guerra Infinita, The Electric State impressiona no visual, mas carece de emoção com atuações pífias.
A trama segue uma ex-dançarina da Broadway (Britt Robertson) que, demitida de seu papel principal, retorna à cidade-natal e encontra o bar da família à beira da falência. Determinada, ela elabora um plano ousado: um show de strip-tease natalino para arrecadar fundos e salvar o negócio familiar. No processo, enfrenta desafios de produção e suas próprias inseguranças pessoais e amorosas.
Sabe aquele chocotone com nome italiano que você encontra na prateleira do supermercado, mas ao provar descobre que é feito de parafina e massa seca? Assim é No Ritmo do Natal, sem sabor e decepcionante. Nem mesmo o atrativo principal – a apresentação de striptease masculino – consegue disfarçar o gosto ruim. Aos vinte minutos, já é possível prever cada conflito e reviravolta. Chad Michael Murray nem sequer tentou fazer algo além de exibir seu tanquinho sensual.
O romance é tão artificial que o casal se apaixona em tempo recorde, tomando decisões absurdas e excessivamente emotivas. É a narrativa tradicional: garota da cidade grande visita a família no Natal, se apaixona em tempo recorde pelo bonitão local e aprende que o significado do Natal não é continuar sua carreira árdua de uma década e ganhar rios de dinheiro, é sobre largar tudo em nome de um sentimento impulsivo – nunca que um millennial compra esse discurso açucarado da Hallmark!
No fim, o filme não é nem um clichê gostoso, é pura frustração. A Netflix parece ter investido em um projeto preguiçoso, sem alma, apenas mais um conteúdo para preencher catálogo. Mas pelo menos temos Lindsay Lohan. Seus projetos natalinos recentes não são obras-primas, mas é reconfortante vê-la feliz e trabalhando.
Que a plataforma vermelha aprenda: precisamos de mais carisma, menos conteúdo genérico criado para cliques fáceis.
Uma resposta
Filme péssimo, sem conteúdo, sem carisma, sem química entre os protagonistas, sem TUDO, enfim! Perdi minutos preciosos vendo um filme elementar! Nota que dou -0 (menos zero).