Crítica de filme

Comer Rezar Amar

Publicado 5 anos atrás

Quando um livro se torna best-seller, raramente Hollywood ignora a possibilidade de adaptação. E não foi diferente com a história de Comer Rezar Amar que apresenta a jornada única da escritora Liz Gilbert. Uma curiosidade interessante é que a história é baseada em fatos reais vivenciados e relatados pela autora do livro, no cinema quem deu rosto á personagem foi Julia Roberts.

Comer Rezar Amar Julia Roberts     

Apesar de sua carreira, um casamento supostamente bem sucedido e uma situação confortável, Liz sente-se sufocada pela vida que leva. Então ela decide tomar decisões bastante ousadas para mudar o cenário, a começar pelo divórcio. Após esse momento ela passa por um breve relacionamento, seguido de depressão. Após tudo isso a resposta do que ela deveria fazer nunca esteve tão clara, ela abandonou o emprego, se livrou de todos os seus bens materiais e partiu em uma viagem de autodescoberta por um ano. O objetivo de Gilbert era visitar três lugares onde pudesse examinar aspectos de sua própria natureza, tendo como cenário uma cultura que, tradicionalmente, fosse especialista em cada um deles. Assim, decidiu explorar a arte do prazer na Itália, à arte da devoção na Índia, e, na Indonésia, a arte de equilibrar as duas coisas.

Julia Roberts e James Franco

O começo da jornada de Liz é delicioso de acompanhar, pois é algo que todo mundo deseja fazer. Ir até a Itália para conhecer a história, se conectar com o ambiente e idioma, e acima de tudo comer bem. É o sonho e gera até mesmo uma invejinha branca. Inicialmente não dá pra entender a dimensão dos problemas dela, mesmo porque ela está tão feliz e satisfeita. No entanto algumas cenas apresentam um tom de superficialidade, como por exemplo, quando ela falou para uma amiga se jogar na comida e não se preocupar com o peso, até aí tudo bem.

Comer Rezar Amar Pizza

Mas elas vão comprar uma calça e tem a velha cena cômica de duas mulheres se apertando para caber em um jeans. Isso deturpa totalmente a fala dela de “comprar uma calça confortável”. Acho que a existência dessa cena não acrescentou muito e foi uma tentativa meio desesperada em criar um tom cômico a personagem de Julia Roberts. Toda a sua jornada na Itália a torna mais privilegiada e ela sente isso. Até o momento em que ela vai para a Índia.

É nesse momento que Liz começa a mostrar suas camadas emocionais e suas dificuldades de encontrar o equilíbrio. Ter a coragem de virar sua vida do avesso em busca de autoconhecimento é completamente arriscado, mas a recompensa é libertadora. O começo dessa libertação chega na pele de Richard (Richard Jenkins), que traz uma visão de mundo totalmente diferente para Liz e abre sua mente para novas possibilidades.

Camelo

Quando ele compartilha o porquê de ele estar na Índia é um momento de cortar o coração. À medida que acompanhamos o processo de crescimento de Liz percebemos a mudança nela. Apesar de sues medos, inseguranças e dúvidas ao longo do caminho, ela sempre tem pessoas para orienta-la e pode refletir se a decisão que ela tomou em primeiro lugar, realmente é a correta. De várias formas as pessoas podem se relacionar com Liz, não é a toa que o livro é um sucesso até hoje no mundo inteiro.

É praticamente um guia de como se autoconhecer e arriscar tudo em nome da sua felicidade. A participação de Javier Barden é apaixonante, mas o brasileiro não compra a ideia de que é tupiniquim. O filme tem suas pequenas falhas, mas para quem gosta do gênero não vai assisti-lo apenas uma vez. Para concluir, cada pessoa encontra a felicidade a sua própria maneira, não existe uma receita. É preciso paciência e se permitir perder o equilíbrio de vez em quando para encontrar o equilíbrio.

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País: EUA
Idioma: Inglês

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