O que você faria ou pensaria se um homem dizendo ser o Messias aparecesse hoje, no mundo atual das mídias e das redes sociais? E se ele, de repente, atraísse milhares de seguidores e tivesse realizado alguns milagres? Acreditaria nele? Essa é a premissa central de Messiah, do criador Michael Petroni, série que estreou no mês passado na Netflix.
Com mais uma produção dentro do tema religião, parece que toda a polêmica gerada pelo especial de Natal do Porta dos Fundos não intimidou o serviço de streaming, e o seriado está fazendo sucesso, aumentando a audiência aos poucos.
Não obstante e apesar de o enunciado de Messiah ser interessantíssimo, a produção parece deixar um pouco a desejar, entregando menos do que prometia, pelo menos nessa primeira temporada. Explico.
Al-Masih e a dúvida
Durante toda a trama, tudo o que acontece em relação a esse autoproclamado profeta, assim como foi à época de Cristo, é coberto pela dúvida – seria ele autêntico ou tudo se trata de uma pantomima de mau gosto? Ainda não dá para saber e, no objetivo de manter esse mistério, o seriado se sai bem. É isso – e somente isso – que segura o espectador na série, sendo certo que essa incerteza permanecerá até o final.
Mas quando Petroni tenta inserir a questão social e a política em sua produção, as coisas começam a sair um pouco dos trilhos – tudo acontece muito rápido e sem uma explicação plausível que não seja o afã de mostrar os “milagres” do Messias.
Ademais, nem a sociedade americana nem a CIA – representada principalmente por Eva Geller (Michelle Monaghan), protagonista da série (percebam que a escolha desse nome não foi sem propósito) -, parecem não se decidir quanto a como proceder com Al-Masih (Mehdi Dehbi). Aquela permite sua permanência nos Estados Unidos, odiando-o e amando-o, e essa quer prendê-lo pelo perigo que representa. O resultado é a construção de um cabo de guerra que deixa a questão política bastante a desejar.
Personagens pouco carismáticos
E isso tudo sem contar a falta de carisma de vários personagens, especialmente do próprio Al-Masih. É difícil compreender por que ele consegue atrair tantos seguidores. Comece pelo fato de ele não sorrir, no máximo há um repuxar de lábios numa alegria que nunca chega aos olhos. Ademais, não há nada demais em seu discurso e seus feitos ou “milagres”, ainda mais nos dias atuais, podem ter sido muito bem promovidos por ilusões, assim como os excelentes efeitos especiais utilizados na série.
Mas nada é igual a enfadonha família Iguero, formada por Felix (John Ortiz), um pastor de uma cidadezinha do Texas, sua esposa Anna (Melinda Page Hamilton) e a filha Rebecca (Stefania LaVie Owen), que constituem um núcleo bastante importante da série. Os três são somente chatos, mais nada.
Ou seja…
Messiah é mais uma daquelas produções que chamam a atenção pela proposição apresentada, mas o roteiro certamente não ajudou o seriado a atingir todo o potencial que poderia atingir. Somente um “milagre” para que Petroni consiga fazer que uma possível sequencia ressuscite o espírito que a série prometia.
Uma resposta
Saudações! Se é que tem, consegue para mim a legenda da serie em português ? Obrigado.