A Netflix busca sempre apostar em filmes originais, afinal, desde que o mercado de streaming ficou competitivo, a marca tem criado produções que às vezes acertam e às vezes deixam a desejar. Entre Realidades (Horse Girl) se enquadra na segunda opção. Aqui acompanhamos a história de Sarah, (Alison Brie) que é extremamente solitária e cultiva uma paixão enorme pelo seu cavalo, séries sobrenaturais e artesanato. Sua vida muda quando ela começa a ter sonhos vívidos de lugares e pessoas misteriosas, fazendo com que ela acorde em lugares sem saber como chegou lá. Mesmo que tente, ela não consegue construir uma vida social – sua única relação é com a colega de trabalho Shannon (Stella Chestnut).
O filme explora vários gêneros, sendo que no começo existem elementos de comédia romântica e, a partir do segundo ato, mira no suspense, mas seu principal foco é mesmo o drama.
Todavia, o desenvolvimento da história não cativa. Parece que Entre Realidades se leva muito a sério na proposta que apresenta ao tentar ser conceitual demais e, infelizmente, não funciona. É um filme que pode fazer o espectador gostar ou odiar.
Quando um roteirista vai trabalhar com o tema de saúde mental, é preciso criar um trabalho cirúrgico para que possamos sentir tudo o que o protagonista transmite, e um dos pontos altos do filme é a atuação de Alison Brie.
Mesmo que os dramas de sua personagem nem sempre fiquem esclarecidos, ela vive cada emoção com tanta com intensidade que nos faz torcer pelo seu bem-estar e ficar de coração partido ao ver as pessoas ignorando-a.
Porém, depois de ver os desdobramentos de seus problemas, torna-se compreensível o motivo de as pessoas a evitarem. Seu passado é revelado com calma, o que desperta a curiosidade por suas “neuras”. Não se sabe quem é essa mulher e porque ela vivencia as coisas que vivencia. E quando seus problemas são revelados, fica ainda mais difícil distinguir entre as situações reais e as que são apenas fantasiosas. O final do filme acaba por conseguir dar um nó ainda maior na mente do espectador, sem esclarecer o conflito do filme.
Outra coisa que não acertaram nesse projeto, foi a inserção de certos personagens para que, depois, eles acabassem sendo abandonados. A história estava tão envolvida nos problemas da Sarah que acabou ignorando núcleos que mereciam conclusões e respostas.
Resumindo, a Netflix precisa aumentar a qualidade de suas produções, porque parece que a preocupação maior da empresa é produzir em massa e quase sempre se esquece da virtude principal de um filme, que é saber contar uma história.
Para finalizar, Entre Realidades entrou na minha categoria especial de filmes classificados como que droga é essa que eu acabei de assistir?
Respostas de 2
Eu achei o filme muito original e bem desenvolvido, mas não é para qualquer público. Concordo que não tiveram preocupação em elaborar uma história para os demais personagens. Mas de qualquer forma irá atrair a atenção de quem curte as novidades do Netflix.
Fato! É isso!