Sacha Baron Cohen revive Borat, um personagem que fez história há 15 anos atrás.
Borat, um dos personagens mais conhecidos dos Estados Unidos voltou para o cinema para causar um pouco mais, e dessa vez ele não está sozinho. Ao invés de focar de forma intensa nas partes que envolvem os constrangimentos sem motivo, o longa decidiu deixar claro que está sendo lançado para criticar o antigo governo norte americano e criar as polêmicas necessárias para a discussão.
De volta aos Estados Unidos, Borat (Sacha Baron Cohen) é convocado pelo governo de seu país (Cazaquistão) para levar um presente para o vice-presidente norte americano. Porém, quando Borat pousa em território americano, ele descobre que sua filha viajou escondida junto com o presente que deveria ser entregue a Mike Pence (Ex-Vice-presidente americano).
Como dito anteriormente, esse longa se diferencia bastante do primeiro por focar principalmente nas questões políticas, mas não se engane! Borat não perde sua essência de constranger e deixar aquela sensação de vergonha alheia no espectador. Sendo assim, a estrutura do filme é basicamente a mesma do anterior – há dois personagens que precisam realizar uma missão para o governo do Cazaquistão e, a partir daí, tem início o desenvolvimento. De certa forma, esse formato de trabalhar com mockumentary – expressão usada para se referir a um falso documentário – é bem efetivo, por conseguir formar conflitos entre as personas.
Por outro lado, um dos principais acertos de Borat em ambos os filmes são o humor e as piadas com timings perfeitos. Desde as primeiras cenas, a narrativa dá um norte para o público de qual será o ritmo e o teor das anedotas que serão desenroladas durante a produção. É importante ressaltar que, mesmo se tratando de uma comédia de humor negro, nos dois filmes não há piadas desnecessárias ou ofensivas. Isso acontece porque sempre que temos uma cena engraçada ou crítica, sempre rimos do personagem e não da parte atacada. Nesses casos isso é possível, visto que as cenas são tão bizarras que não as levamos a sério em momento algum.
Fora todo esse caráter humorístico, o filme também quer relatar casos polêmicos envolvendo figuras políticas ou até mesmo uma parte da população norte-americana. Esse longa ter sido lançado em 2020 foi uma jogada muito esperta de Sacha (que além de atuar como Borat, também é produtor e roteirista), em razão das eleições presidenciais do país. E no meio disso tudo, na época das gravações a pandemia do novo coronavírus já estava rolando, o que pode sim ter dificultado a produção, mas serviu como mais um mecanismo para criticar e desenvolver sua trama. Além de todas essas questões políticas, há também uma denúncia muito forte e pesada em cima de Rudy Giuliani – advogado e amigo de Trump – acusado pelo filme de assediar uma repórter. Tal denúncia viralizou na internet e com certeza mexeu com a popularidade de Trump nas eleições do ano passado.
Ademais, também é válido comentar que o plot final é surpreendente e só deixa tudo mais engraçado e reflexivo.
Portanto, Borat: Fita de Cinema Seguinte, se faz presente em suas críticas e piadas sobre vários temas, principalmente envolvendo o ex-presidente norte americano, mostrando como longa é eficiente em mostrar que a liberdade de expressão é necessária para denunciar os abusos e crimes cometidos pelos governos.
