Antes de mais nada, recomendo! Agora vamos aos fatos:
Como qualquer roteiro que se propõe a apresentar e trabalhar várias histórias simultâneas – que se entrelaçam ou não – o desafio é lançado: todas são histórias interessantes? São bem apresentadas e de intuitiva compreensão? Têm o tempo de tela a seu favor e são minimamente bem desenvolvidas? E, conectadas, elas funcionam bem? Talvez. Sim. NÃO. E sim!
Amor, Casamento e Outros Desastres tem um início turbulento e marcante, sem sombra de dúvida, com humor dando o tom dos fatos e roubando a cena – literalmente, para nos deixar no ar sobre que rumos tomará o filme dali em diante.
Como respondi acima, algumas histórias podem não ser tão interessantes como as outras, mas existe uma boa apresentação mínima sobre cada uma delas e suas personagens, assim como uma simplicidade nestas contextualizações (relações rasas e transformacionais, com informações rápidas: simples assim). Isso faz com que haja um equilíbrio presente, e com que não percamos o interesse no motivo das histórias estarem ali. Felizmente ou infelizmente, isso gera um sentimento, como uma constante na mente: “você está assistindo uma comédia romântica” (#ésobreisso #etátudobem).
A entrega dos fatos é óbvia, com pouquíssima ou nenhuma revelação, basicamente. São histórias intuitivas e clichês (mas SIM, é uma comédia romântica gostosa, podem ver, acreditem). A amarração foi bem feita e a não necessidade de juntar as personagens e seus objetivos do início ao fim é o maior acerto nesta “amada e clássica” proposta de Hollywood de histórias cruzadas. #Tábommasagorachega
Sobre o tempo de tela e o desenvolvimento das histórias, conto mais daqui a pouco.
Sem piadas extremamente bobas ou forçadas, esta é uma boa pedida de comédia romântica para admiradores do gênero. Não chegará a ser um Clássico dos Clássicos (Uma Linda Mulher, Como Se Fosse a Primeira Vez, Dez Coisas que eu Odeio em Você, Lisbela e o Prisioneiro, etc.), mas também não chega a ser uma “Comédia Romântica de Natal” (até esqueci o nome destas, sinto muito Netflix). O que posso aferir feliz sobre Amor, Casamento e Outros Desastres é que me tirou breves, mas boas risadas, mais de uma vez! Haha
Foram piadas pertinentes e gostosas, muito bem encaixadas no ambiente e contexto no qual eram trabalhadas. Como, por exemplo, pela bem humorada Sara (Diane Keaton), que tirou de letra a entrega de sua divertidíssima e admirável personagem, que simultaneamente confrontava e inspirava a desafiadora personalidade de Lawrance (Jeremy Irons), ex ‘emburrada’ e arrogante persona da audiência que transmuta para outro grande personagem no decorrer da trama.
Vamos lá, além do fato do filme ser rápido por si só, e as histórias cruzadas que não permitem profundidade, o ‘timing’ proposto gira em torno de um casamento que se realizará em uma semana (sim, poucos dias), ou seja, vive-se uma vida em uma semana? Não, sem or. Lógico, que não! Assim, o desenvolvimento das relações fica fadado ao que nos informam, ao bom humor e doces personalidades ali presentes e à sorte dos eventos que se sucedem – e que sorte! (Por aqui, no mundo real, já diria “Kátia Cega” #nãoestásendofácil)
Novela da Globo com vários núcleos
Vocês acham que o contexto de casamento é devido às personagens estarem “envolvidas com a indústria do casamento” – como diria a sinopse? Que nada, quem não sabe que as Novelas da Globo SEMPRE têm o fechamento com casamentos?? Pois é, pra completar os núcleos diversos (e com alguma diversidade sendo trabalhada propositalmente), tem o roteiro de fazer dar certo o casamento principal, o reencontro do amor à primeira vista, o amor inusitado que as circunstâncias absurdas uniram, o amor empático que espera a superação do relacionamento anterior e dos investimentos na carreira profissional e o amor que liberta nossos medos e inseguranças… enfim, o Amor! Já que temos pouco tempo, vamos falar de coisa boa, não é mesmo? Então agora exclui os tiros, intrigas, perseguições de carros, “quem matou quem” e demais insights novelísticos.
O casal principal que, sinceramente, merecia um filme somente para eles, é de Diane Keaton e Jeremy Irons, o núcleo Sênior que entrega as melhores risadas e questionamentos importantes. São as personalidades mais interessantes e desafiadoras, complementadas por excelentes atuações, é claro.
O núcleo jovem, privilegiado, estiloso e que corre atrás dos desafios da vida, fica a cargo de Maggie Grace (como Jessie) e de Diego Boneta (como Mack). Ela, linda como sempre, representando TODA a atitude de sua recente personagem em Fear The Walking Dead, e ELE, também encantando e entregando uma boa atuação, curiosamente e felizmente, diferente de sua incrível performance como Luís Miguel, na série de mesmo nome (deixa eu ir pegar ali o babador). Resumidamente, com uma história mais aprofundada em suas personagens e romance, aproveitaria-se ainda melhor a atuação dos dois. Renderia um filme único? Talvez. Especial de Natal, quem sabe. Rs
Vamos navegar para o núcleo do humor, Andrew Bachelor encarna uma personagem de constante entrega de humor e “sexy appeal” (apelo sexual), podendo ainda ser identificado como o típico Libriano (com certeza, no ascendente), pois sua história e atos extremamente românticos, polidos e heroicos exalam aos 4 cantos da cidade e a todos que o conhecem.
Outras histórias paralelas, que funcionaram muito bem, foram:
- do núcleo rico, dos noivos do casamento principal (#olhaelesaí), com um candidato a prefeito bom de praça, a Relações Públicas que nunca descansa ou lembra como é sorrir e a noiva que quer inovar! <3 #gratiluzporisso
- do núcleo jovem – da Vagabanda, o colega de banda que troca o parceiro de anos pela namorada;
- e do Núcleo pastelão que cria vínculos com personagens inusitadas, e que envolve a sátira e reflexão sarcástica de clássicos formatos de Programas de TV que reproduzem estereótipos e preconceitos.
Meus créditos finais, dedico à cantora Elle King e à tão esperada música de casamento ‘Celebration’!
Gostou da crítica? Então me conta também o que achou. 😉
Respostas de 6
Sempre deixa a gente co vontade de ver os trens tudin
Gratidão amigo, você é um amigo! Haha Fico feliz que tenha gostado da resenha e que goste das minhas indicações. ❤
Aqui é o Rodrigo Hilbert, gostei tanto da crítica que me fez querer assistir o filme
Muita gratidão Rodrigo! Fico feliz que te motivei a ver o filme. Tira um dia de folga, chama a Fernanda e vão curtir essa Comédia Romântica. Vão gostar! <3 Agradeço também, profundamente, os seus serviços para a quebra do patriarcado. Continue! 😉 Grande abraço.
Aqui é a Fernanda Lima , gostei muito do seu artigo tem
muito conteúdo de valor parabéns nota 10 gostei muito.
Muita gratidão pelo seu comentário, Fernanda! Ele alimenta minha alma e me motiva a seguir escrevendo. Em meio a tanto conteúdo compartilhado atualmente, fico feliz que este fez sentido e teve valor para você! Um grande abraço para ti e toda a família! ❤