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Chata e sem vida? Reação brasileira a ‘Os anéis de poder’ desafia críticas internacionais

Que os gringos me perdoem, mas essa série está quase perfeita… até agora!

Flávia Leão

29/08/2024 •

10:52

Uma trilogia para 11 Óscares ganhar
Outra trilogia para a todos decepcionar
Uma série para a todos arrebatar
Na plataforma da Prime Video onde a magia se faz

Muito já li por aí, em reviews da crítica especializada de veículos estrangeiros, acerca da nova temporada de O Senhor dos Anéis: Os anéis de poder – o projeto mais ambicioso no qual a Prime Vídeo já investiu. A maioria das opiniões é negativa, apontando, principalmente, problemas de roteiro na adaptação da obra de J.R.R. Tolkien, que se passa na segunda era da Terra-média (a premiada trilogia de Peter Jackson, O Senhor dos Anéis, se passa na terceira).

Embora ninguém negue a beleza da produção, que é realmente deslumbrante – talvez uma das mais bonitas já feitas para a TV -, o desagrado dos gringos remete à construção dos personagens e à relativa falta de fidelidade ao texto original de um dos maiores gênios da cultura pop do século XX. Cita-se até a matéria veiculada pelo The Hollywood Reporter afirmando que apenas 37% do público que começou a assistir à primeira temporada chegou até o fim de seus oito episódios, prevendo que o mesmo vai acontecer na segunda. Uma desilusão total.

Ora, sentada na sala de cinema, aonde fui assistir aos dois primeiros episódios da segunda temporada através de um maravilhoso convite, não foi essa a energia que senti. Muito pelo contrário, a reação de meus pares na frente da telona foi de arrebatamento e entrega à magia proporcionada pela Prime Video, que mereceu até palmas ao final.

Isso nos leva a questionar as críticas negativas ao roteiro que, se peca por uma “falta de lealdade” aos livros, se esmera na adaptação para o audiovisual. Não consigo imaginar uma história que sofra tanto com o roteiro como foi repetidamente ressaltado (sendo chamada até de chata e sem vida pela Variety), cause uma comoção como a que vi na sala de cinema que, com certeza, era formada por um público de fãs de Tolkien – a não ser que nós, brasileiros, simplesmente não entendamos nada de audiovisual (ou sejamos menos exigentes, no mínimo!).

Não estou dizendo que Os anéis de poder seja completamente destituída de problemas ou que seja a série perfeita, mas sinceramente, entendo que está quase lá. É uma história que consegue entreter tanto aquele que leu como aquele que não leu. E se os personagens não são tão fidedignos à obra original da literatura – como a Galadriel de Morfydd Clark, tão diferente da de Cate Blanchett em O Senhor dos Anéis, que se aproxima bem mais do que é retratado nos livros-, são apenas construídos de forma a causar uma determinada reação no público (de clima de guerra e de suspense, talvez…), o que de maneira alguma tira o mérito da série.

Dessa forma, a primeira temporada foi um deleite não só para os olhos, mas também para o espírito dos que curtem Tolkien e, ao que parece, a segunda seguirá pelo mesmo caminho – pelo menos levando em consideração os três primeiros episódios já lançados.

Lembrando que nessa segunda temporada, Sauron (Charlie Vickers) se ergue em uma nova forma para corromper Celebrimbor (Charles Edwards) o maior dos forjadores élficos, e produzir os anéis de poder.

*A primeira temporada de O Senhor dos Anéis: Os anéis de poder e os três primeiros episódios da segunda temporada, estão disponíveis na plataforma da Prime Video, onde a magia se faz

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