Harfoots Anéis de Poder análise
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Tchau, Harfoots! Por que a despedida dos proto-hobbits pode ser a melhor notícia para ‘Os Anéis de Poder’

Publicado 2 meses atrás

Imagine só: você está assistindo a uma épica série de fantasia baseada em Tolkien, repleta de elfos imortais forjando anéis mágicos, anões escavando montanhas em busca de mithril, e humanos lutando contra as forças das trevas. Aí, de repente, a narrativa corta para… pequenos nômades coletando amoras. Bem-vindos ao dilema Harfoot de Os Anéis de Poder.

Com o fim da segunda temporada da série mais cara da história da televisão, uma conclusão parece inevitável: chegou a hora de dar adeus aos nossos pequeninos amigos migratórios. E, diferentemente da dolorosa separação de Sam e Frodo nos Portos Cinzentos, essa pode ser uma despedida mais que bem-vinda.

Os Harfoots e o peso da herança hobbit

Quando Os Anéis de Poder foi anunciada, a inclusão dos Harfoots – ancestrais dos hobbits – gerou reações mistas. Por um lado, fazia sentido: os hobbits são parte fundamental do DNA das histórias de Tolkien. Por outro, sua presença na Segunda Era sempre pareceu um pouco forçada, como se os produtores estivessem tentando recriar artificialmente a mágica que Frodo, Sam, Merry e Pippin trouxeram à trilogia original.

A primeira temporada conseguiu justificar a presença desses proto-hobbits através da conexão com o Estranho (agora revelado como Gandalf). Era uma forma interessante de mostrar as origens da afeição do mago pelos pequeninos. No entanto, a segunda temporada expôs as limitações dessa linha narrativa.

O problema não são os Harfoots, é o contexto

É importante deixar claro: não há nada intrinsecamente errado com os Harfoots. Markella Kavenagh como Nori e Megan Richards como Poppy são adoráveis em seus papéis. O problema é que sua história simplesmente não se encaixa no momento atual da narrativa.

É como se você estivesse assistindo Game of Thrones e, no meio de todas as intrigas políticas e batalhas épicas, tivesse que acompanhar uma subtrama sobre fazendeiros do Vale cultivando nabos. Pode ser interessante? Claro. Mas contribui para a narrativa principal? Nem tanto.

A força das histórias de Tolkien sempre esteve em sua capacidade de entrelaçar diferentes narrativas em direção a um objetivo comum. Os hobbits da Terceira Era funcionam precisamente porque sua simplicidade contrasta com a grandiosidade dos eventos ao seu redor. Sua heroicidade vem justamente do fato de serem improváveis heróis.

Os Harfoots da Segunda Era, por outro lado, já tiveram seu momento de glória ajudando Gandalf. Continuar suas aventuras agora seria como dar uma sequência desnecessária a uma história já bem concluída. Às vezes, o melhor presente que podemos dar a personagens queridos é deixá-los partir no momento certo.

O futuro da série sem os pequeninos

Com a revelação de Sauron, a queda de Eregion e a forja dos anéis em andamento, Os Anéis de Poder está finalmente entrando em seu território mais interessante. A série precisa focar suas energias nas tramas que realmente importam para a narrativa central.

A ausência dos Harfoots pode permitir um melhor desenvolvimento de outras histórias que precisam de mais tempo de tela. É como um chef removendo um ingrediente que, embora saboroso por si só, está desviando a atenção do prato principal.

Conclusão: Um “até logo” necessário para os Harfoots

Como diria o próprio Bilbo Bolseiro, “as estradas continuam sem fim”. Para os Harfoots, esse fim de jornada na série não precisa ser definitivo – pode ser apenas um “até logo”. Afinal, sabemos que seus descendentes terão um papel crucial na história de toda a Terra-Média.

Por enquanto, deixá-los seguir seu caminho rumo ao que eventualmente se tornará o Condado é a decisão mais sábia. Às vezes, a melhor forma de honrar um legado é saber quando dar um passo para trás e deixar que outras histórias brilhem.

E quem sabe? Talvez, como Gandalf, nos reencontremos com eles no fim de tudo, quando todas as outras histórias já tiverem sido contadas. Até lá, podemos dizer como os próprios Harfoots costumam fazer: “Ninguém se atrasa, nem parte cedo. Chega precisamente quando deve chegar.”

* Esse post foi baseado no post original do Collider

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