Os esquemas foram expostos!
Corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes fiscais, infelizmente, são realidades presentes na sociedade atual que destroem a vida de milhões de pessoas, e o filme A Lavanderia nos mostra perfeitamente essas situações. Baseado em uma história real, ele nos apresenta como são feitos os esquemas de corrupção e aborda esse tema de um jeito bem diferente e interessante, expondo os tramites ilegais das empresas de fachada.
A montagem é peculiar, apresentando um tema sério e polêmico, porém abordado de uma forma cômica e fluida. Aqui ocorre a quebra da 4ª parede (termo usado para se referir ao diálogo com o público) entre os personagens de Gary Oldman e Antonio Banderas, que narram as situações ocorridas no passado. A direção do Steven Soderbergh é dinâmica, apresentando ótimas transições e ângulos inteligentes que se encaixam nas cenas.
As atuações não são excepcionais, são apenas funcionais, exceto as de Gary Oldman e Antonio Banderas, que são excelentes e trabalham muito bem os diálogos dados pelo roteiro. Em um momento do filme há um arco narrativo de uma família rica que está passando por problemas. As atuações envolvendo esse arco são robóticas, não apresentam emoções suficientes para passar ao público o necessário. O desenvolvimento dos personagens deixa a desejar, pulando de arco em arco, não há foco em nenhum personagem, assim deixando-o sem grandes emoções em diversos arcos.
O filme transita por vários pontos de vista, um deles é o drama vivido por Meryl Streep, que sofre com a perda de seu marido em um acidente de barco. As outras visões que o filme aborda são mal desenvolvidas e não são histórias interessantes. O caminho percorrido pelo roteiro não é eficiente, é monótono e cansativo. Mas o roteiro tem seu lado bom – os diálogos são rápidos e engraçados, assim ajudando na caminhada do filme.
A fotografia de Peter Andrews é excepcional, ele trabalha muito bem as questões de cores e iluminação. A paleta de cores usada nas cidades são diferentes dependendo do lugar apresentado. Por exemplo, quando somos mostrados à cidade do Panamá, vemos mais verde e cores vivas. Já quando vemos Las Vegas, os tons ficam mais cinzas, nos mostrando a diferença de uma grande cidade industrializada e de um país subdesenvolvido da América Central.
O figurino é diferenciado e diversificado. Em parte envolvendo paisagens naturais, há uma divergência quando são apresentadas roupas de verão e ao mesmo tempo roupas de gala. Além disso as cores são bem escolhidas.
Assim podemos falar que A Lavanderia é um filme médio que apresenta pontos positivos em seu enredo, mas falha em partes técnicas. Com isso, podemos dizer que é um longa descontraído que aborda um assunto atual e sério.
