Crítica de filme

Crítica | A Noite das Bruxas

Publicado 1 ano atrás
Nota do(a) autor(a): 3,5

Um mistério de assassinato à moda antiga nunca vai ser entediante! Apesar do gênero sempre ter o mesmo desfecho, é sempre interessante usar esse mesmo molde para conhecer novos personagens e entender suas histórias e relacionamentos com as vítimas. Depois que Facas e Segredos chegou para dar uma renovada no gênero, o público ficou mais ávido do que nunca por esse tipo de suspense. Agatha Christie era uma especialista em criar charadas e cenários complexos para descobrir um criminoso, e apenas Hercule Poirot está a altura dos desafios impostos pela autora. Na terceira adaptação para o cinema, A Noite das Bruxas (A Haunting in Venice) vamos descobrir se o detetive – agora aposentado e vivendo em seu próprio exílio -, pode usar a lógica a seu favor, ou se eventos sobrenaturais de uma sessão espírita em que vai a contragosto vão ficar em seu caminho para desvendar o quebra-cabeças de crimes hediondos que ocorreram em um palazzo. 

A história acompanha uma típica noite de Halloween, em que a Sra. Drake (Kelly Reilly), uma mãe em luto, faz uma pequena festa para crianças órfãs da cidade. Entre os convidados, estão seu médico e seu filho, ex-noivo de Alicia, falecida filha da anfitriã, Srta. Oliver (Tina Fey), uma famosa escritora de mistério e amiga pessoal de Hercule Poirot (Kenneth Branagh); a médium Srta. Reynolds (Michelle Yeoh) com seus dois assistentes; a governanta da casa e o segurança de Poirot. Tudo corria bem, mas depois que a Srta. Reynolds tenta contato com Alicia, eventos sinistros se abatem sobre os convidados.

Com um enredo cheio de reviravoltas, Poirot investiga mais do que um crime, mas também vem a tona um assassinato prévio que está conectado aos eventos sobrenaturais daquela noite: a morte de Alicia, que até então, todos pensavam que havia se suicidado.

Nenhuma história de mistério teria graça se as reviravoltas fossem reveladas imediatamente, então só vou chegar até aqui no que diz respeito a resumir o filme, mas se isso não despertar a sua curiosidade, que tal adicionar o elemento terror? O que torna A Noite das Bruxas uma adaptação diferente das outras, é que nesse cenário, os personagens são confrontados por algo mais forte do que os simples olhares suspeitos. O sobrenatural é um acréscimo muito bem-vindo em uma situação que já é tensa o suficiente e o estúdio ainda teve a perspicácia de lançar o filme um mês e meio antes do Halloween, criando assim a ambientação perfeita para entrar no espírito do Dia das Bruxas. 

O design de produção faz um ótimo trabalho  ao conduzir o tom macabro através dos cenários, iluminação e trilha sonora sob a direção de Kenneth Branagh que, depois de dirigir as aventuras anteriores do detetive, aqui, entende o que está fazendo. Para quem leu o livro pode esperar mudanças drásticas na trama. Como espectadora, achei o roteiro coerente com o conflito que foi estabelecido inicialmente. Mesmo aposentado, Hercule Poirot não poderia deixar seus instintos de lado e o restante do elenco cooperou para envolver o detetive no caso. Entendemos seus tormentos  – uns mais do que outros -, e o que os levou até esses eventos, tudo muito bem explicadinho e exposto por Poirot no fim da história. 

Para concluir, os casos misteriosos de Agatha Christie serão bem recebidos se continuarem com adaptações divertidas e instigantes. Basta Kenneth Branagh fazer o que fez em A Noite das Bruxas, criando um elemento além do pega pega de assassino.

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a noite das bruxas poster
País: EUA
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Michael Green, Agatha Christie
Idioma: Inglês

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