A Felicidade é de Matar, comédia dirigida por BenDavid Grabinski, conta a história do casal Janet (Kerry Bishê) e Tom (Joel McHale) que, casados há 14 anos ainda mantém a paixão viva, causando nos amigos o sentimento de raiva e inveja. Depois de receberem a visita de um homem que mostra a realidade da maioria dos casais a eles, suas vidas viram de cabeça para baixo.
A trama propõe uma premissa bastante interessante ao espectador, apresentando um primeiro ato intenso e criando perguntas que esperamos que sejam respondidas durante o longa.
Contudo, com os efeitos sonoros de tensão em momentos não apropriados, diálogos que tinham o objetivo de criar mistério acabam caindo no óbvio e no raso, deixando o filme um pouco mais arrastado até o seu segundo ato.
No entanto, conforme o roteiro vai tentando criar uma atmosfera de tensão, o que realmente prende a atenção é tentar encontrar os culpados e finalmente descobrir aonde a trama que se criou após o final do primeiro ato pode levar.
Mesmo assim, o filme peca novamente em resoluções rápidas que não se adequam diretamente aos caminhos criados pelo roteiro até então e, apesar de haver alguns momentos engraçados e outros em que realmente o filme realmente consegue prender o espectador, é fato que ele não consegue encontrar o equilíbrio.
Entretanto, mesmo que de forma confusa, a mensagem simbólica que o longa traz consegue ser transmitida, assim como o final que, deixado em aberto, tenta criar mistério, mas na realidade é uma confusão, causando a sensação de que todo o filme foi uma bagunça do começo ao fim.
Não há clímax, nem ponto alto de assimilação, o que faz com que o longa se dirija diretamente para os momentos de sustos inapropriados que não fazem muito sentido.
Além disso, as atuações bem caricatas ajudam a manter esse anticlímax, mostrando-se interessantes somente nos momentos de comédia, nos quais muitos atores mostram o seu talento.
Sendo assim, a direção que o filme toma vai de encontro àquele que deveria criar desconfiança em relação aos protagonistas, e se perde pela falta de diálogos simbólicos e, como já referido, pelas atuações rasas.
Com o direcionamento tomado nos atos finais, o longa nos faz questionar qual foi o real objetivo do roteiro, que caminha para a comédia, volta para o mistério e recai na obviedade muito escancarada.
Por fim, avalio A Felicidade é de Matar em 2,5, já que toda a expectativa da sinopse e do primeiro ato se perde completamente no decorrer do longa, além das atuações, que deixam a desejar.
Contudo, dá para se tirar boas risadas em alguns momentos, sendo esse o ponto mais atrativo do filme.