Abá e sua Banda é uma animação brasileira dirigida por Humberto Avelar que estreia nos cinemas dia 17 de abril. O filme acompanha Abá (Filipe Bragrança), um jovem príncipe do Reino do Pomar que sonha em ser músico e participar do Festival da Primavera. Com seus amigos Juca (Robson Nunes) e Ana (Carol Valença), ele forma uma banda e enfrenta os desafios impostos pelo vilão Don Coco (Humberto Avelar), que deseja impor um governo autoritário e eliminar a diversidade cultural do reino.
Visualmente, a animação é bastante competente, com elementos de diferentes estilos artísticos, mescla de técnicas que por vezes remetem a aquarela. Competentes também são as performances carismáticas de Filipe Bragança, Carol Valença e Robson Nunes, que se não possuem destaque individual, cumprem o necessário ao trazer vida e alegria ao filme.
Com leveza, graça e uma abordagem sensível, ‘O Melhor Amigo’ nos conduz por uma jornada emocionante em busca do amor.
A trilha sonora é certamente um dos grandes destaques da produção. Com músicas compostas por André Mehmari, Silvia Fraiha e Milton Guedes, as canções desempenham um papel essencial na narrativa, ajudando a transmitir emoções e aprofundar o desenvolvimento das personagens. As músicas em si são boas? Não sei, mas elas inegavelmente possuem o mágico poder de grudar em sua cabeça (para o bem ou para o mal).
Mas são os temas explorados pela obra que revelam seu devido valor. Eu não esperava que uma animação tão permeada pelo lúdico e pelo infantil se dispusesse a propor reflexões e questões do tamanho das que ‘Abá’ traz à luz: embate entre tradição e inovação, resistência coletiva contra a opressão, temas ecológicos, e a força identitária da comunidade sobre o poder do indivíduo. Sim, todos esses são temas ricos e complexos sobre os quais o filme ousa conversar entre músicas alegres e visuais coloridos (e em apenas 80 minutos).
A narrativa e as personagens nela inclusas não é merecedora de muito destaque; é rasa, simplista, previsível, e por muitas vezes recorre a clichês batidos para reforçar obviedades. Mas talvez tudo isso seja um elogio. Pensemos, o filme é direcionado a um público muito jovem, qual seria a melhor forma de transmitir reflexões e mensagens complexas para uma audiência ainda incapaz de grande complexidade em raciocínio? Simplificando, é óbvio.
Sim, para um público mais velho Abá e Sua Banda pode ser cansativo, bobo e repetitivo, mas são essas características que a transformam em um veículo educativo para crianças, e um veículo educativo que carrega excelentes lições em sua ementa. E é claro, as belas cores e a fluida animação podem ser apreciadas em qualquer idade.
