A temática pós-apocalíptica costuma me agradar muito, seja em que gênero se encontre. Sendo assim, mesmo que as melhores obras estejam na ação, drama e/ou ficção científica, a comédia também pode achar seu lugar no mundo destruído, como é o caso de Amor e Monstros (Love and Monsters, 2020), da Netflix, o segundo longa do diretor Michael Matthews.
Na história, Joel resolve deixar a colônia em que vivia desde os ataque dos monstros que infestam a Terra para ir atrás da namorada, mas a garota está longe e ele terá que encontrar seu herói interior para conseguir encontrá-la.
Sendo assim, a primeira coisa que se nota desde o primeiro ato do filme, é que Amor e Monstros traz uma semelhança muito forte com o celebrado Zumbilândia (Zombieland, 2009), apesar de usar monstros diferentes. O Joel de Dylan O’Brien lembra muito o Columbus de Jesse Eisenberg, enquanto o Clyde de Michael Rooker lembra o Tallahassee de Woody Harrelson. E as regras cuidadosamente elaboradas de como sobreviver no mundo dos zumbis são substituídas por um caderno de anotações contendo informações sobre os monstros. Mesmo assim, a película de Matthews consegue trazer sua identidade própria, ainda que não seja tão bom quanto Zumbilândia.
Dessa forma, é possível se divertir com o protagonista meio abobalhado que acaba nos conquistando à medida que o filme se desenvolve, e O’Brien faz uma dinâmica muito boa com um dos melhores personagens da história toda: Boy, o cachorro, seu inusitado e inteligente companheiro de jornada. E eu digo “um dos” porque seria impossível ignorar a atuação da pequena Ariana Greenblatt, que interpreta Minnow, uma corajosa garotinha que sabe se cuidar muito melhor do que o assustado Joel.
Mesmo assim, Amor e Monstros é cheio daqueles clichês perdoáveis, sendo que a maior lição de todas é que o amor é nossa maior fonte de força, seja pelo seu companheiro(a), seu animal de estimação, seus pais, seu(ua) filho(a) ou amigos(as). Ademais, o filme carrega uma inocência e uma honestidade tão genuína que seduz. A idealização que motiva a jornada empreendida pelo protagonista se justifica nisso e mesmo, que possa soar bobinha, não decepciona.
Quanto ao resto, a película não deixa nada a desejar. A ambientação do mundo destruído é bem feita, a trilha sonora agrada e os efeitos visuais são excelentes, justificando a indicação ao Oscar que o filme recebeu nessa categoria.
Sendo assim, ainda que seja um pouquinho longo para a proposta que assume, naquela noite em que você estiver procurando algo leve e divertido para assistir, Amor e Monstros é certamente uma ótima pedida, e você vai poder escolher qual é o seu monstro favorito!
Uma resposta
Sem ser pretensioso é um ótimo filme, entretenimento de qualidade.