Crítica de filme

Crítica I Arthur e Merlin: Cavaleiros de Camelot

Publicado 3 anos atrás
Nota do(a) autor(a): 1.5

Uma adaptação das estórias arthurianas, Arthur e Merlin: Os Cavaleiros de Camelot, que explora alguns anos à frente do que geralmente é retratado nas obras mais antigas do Rei Arthur, até tenta usar de alguns artifícios novos, mas infelizmente, não tem força suficiente para prender a atenção do espectador até o fim.

Nessa mais recente versão, Arthur (Richard Short), já mais velho, deixou Camelot nas mãos de seu filho ilegítimo Mordred (Joel Phillimore), que pretende se casar com a rainha Guinevere (Stella Stocke) e tomar o lugar de seu pai. Para que Arthur consiga voltar e combater seu filho, precisa da ajuda de seus soldados e de Merlin (Richard Brake), já que se encontra muito fraco para Mordred sozinho.

Não é segredo que uma vantagem para quem deseja fazer uma obra baseada na estória do Rei Arthur é que não existem fatos comprovados que servem de base para uma origem oficial, uma vez que, como é de conhecimento geral, sua estória é uma lenda, modificada por gerações e gerações base apenas em teorias e alguns dados históricos. 

Não custa lembrar que a passagem mais famosa da referida lenda gira em torno de Arthur Pendragon ter sido o único homem a conseguir retirar a espada Excalibur da pedra sagrada, assumindo, assim,o posto de Rei de Camelot, sob a tutela do mago Merlin.

Aqui, no entanto, não vemos essa famosa cena (a não ser em flashbacks jogados de forma aleatória e sem qualquer nexo), nem a coroação e nem os dias de glória do famoso Rei. Quando a estória começa, Arthur já não reina e não está em Camelot, mas vive uma vida cigana. Uma premissa interessante, porém mal aproveitada.

De fato, pode-se dizer que o principal problema de Arthur e Merlin: Os Cavaleiros de Camelot é o roteiro, já que ele não leva a lugar nenhum, indo e voltando nas cenas do ex soberano e seu filho Mordred.

Além disso, são apresentadas justificativas absurdamente banais e mal construídas para as motivações do vilão, fatos são apresentados e deixados de lado. A ambientação é ok, nada que surpreenda ou que incomode muito, e a fotografia segue a paleta de cores frias padrão dos filmes mediáveis. 

E como se não bastasse, infelizmente nem o elenco ajuda a deixar o filme um pouco mais leve. As atuações são fracas, forçadas, e os diálogos e expressões utilizados totalmente rasos. Há de se ressalvar, todavia, a atuação de Phillimore (Mordred), que em certos momentos mostra talento, mas que, ainda assim, não sustenta o filme.

Ademais, Merlin é totalmente desperdiçado, ainda mais quando pensamos que o longa se chama  Arthur e Merlin: Os Cavaleiros de Camelot e ele só aparece depois de uma hora de filme. Não há qualquer sentido nisso. 

Há que se considerar, no entanto, que o roteiro teve uma ideia até que bacana de dar uma outra roupagem para a personagem, retratando um Merlin mais sério que atua muito mais como conselheiro do rei do que como mago. Ainda assim, o carisma que vimos em outras versões foi anulado aqui. 

Portanto, é possível dizer que Merlin, que é um dos personagens mais icônicos da lenda do Rei Arthur, perdeu a chance de elevar o filme em triunfo, tornando-se somente mais um personagem qualquer, um total desperdício. 

Sendo assim, o único ponto positivo de Arthur e Merlin é a boa ambientação de um filme medieval, que realmente respeita alguns pontos característicos do gênero, como o figurino, mas até  nisso, a obra de vez em quando peca – a própria caracterização de Richard Short deixa a desejar, mostrando certa negligência e falta cuidado por parte da produção. 

Arthur e Merlin: Os Cavaleiros de Camelot, basicamente, é uma boa ideia que sequer foi bem transferida para o papel. Mal-executado, o roteiro falha miseravelmente em reproduzir algo coeso, bem feito ou concreto.

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Arthur e Merlin Cavaleiros de Camelot
País: Reino Unido
Direção: Giles Alderson
Roteiro: Giles Alderson, Simon Cotton, Jonny Grant
Idioma: Inglês

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