Hoje em dia é difícil decidir o que sentir quando vemos o termo “zumbis” no nome de algum filme ou série. Não pode mais ser medo, já que um sem fim de obras já desmoralizaram tanto as criaturas que elas estão mais para personagens de comédia. No entanto, foi medo o que senti ao assistir Ataque dos Zumbis (Office Uprising, 2018). Não medo deles em si ou da atmosfera do longa, até porque estamos falando realmente de uma comédia, mas medo de notar como um filme pode ser tão completamente estragado.
A história da película se passa dentro de uma fábrica de armas em que os funcionários, na iminência de uma demissão em massa, recebem um estranho refrigerante que os transforma em zumbis e Desmond (Brenton Thwaites), um aspirante a desenvolvedor de video-game e o único que não ingeriu o líquido, tem que salvar a própria pele e a da garota que ele gosta.
Olhando para esse filme, a ideia mais firme que se planta em minha mente é a de que fazer comédia é um dom, e quem o possui tem que ser respeitado. Não é o caso do diretor Lin Oeding, pelo menos nessa produção que chega ao Brasil com quase três anos de atraso.
Sendo assim, pode-se dizer que Ataque dos Zumbis é uma mistura de Zumbilândia (2009) com Scott Pilgrim (2010) que falhou feio (ou seria melhor dizer bonito?), provando que tentar replicar a fórmula de Edgar Wright, mesmo numa era em que os filmes baseados ou com referências a video-game estão tão em alta, não é para qualquer um.
E o longa de Oeding parece mesmo um game, cada cena sendo uma fase que o protagonista precisa vencer para “zerar” o jogo. Todo o problema, portanto, consiste numa constatação simples: esse jogo é péssimo, o que me faz lembrar da cena de um filme antigo que uma vez me marcou muito. A obra é 101 Dálmatas (101 Dalmatians, 1996), do diretor Stephen Herek, em que Roger (Jeff Daniels), um desenvolvedor de games, recebe a maior lição de sua vida de um simples garoto que lhe diz: seu game não vai fazer sucesso porque o vilão é ruim.
Destarte, coincidência ou não, essa carapuça serviu perfeitamente em Ataque dos Zumbis. Quando o vilão Zachary Levi, que interpreta o chefe de Desmond, aparece em tela, a vontade é de desistir do filme. De todas as atuações extremamente afetadas que impregnam o filme, a mais afetada é a dele, e aqui não fica engraçado, é só irritante.
Por isso senti medo, e o sentimento ainda não passou… Porque Oeding vai dirigir pelo menos dois episódios da próxima temporada do ótimo Cobra Kai, da Netflix, mas já se passaram quase três anos desde Ataque dos Zumbis e rezo para que o diretor consiga realizar bem a tarefa e não estragar o karatê como estragou o video-game nesse filme.
Respostas de 2
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