Crítica de filme

Bailarina – Do Universo de John Wick

Publicado 2 dias atrás
Nota do(a) autor(a): 3.5

Hoje em dia, não vemos mais filmes de ação protagonizados unicamente por mulheres sendo lançados com frequência, exceto no gênero de super-heróis. Isso era mais comum nos anos 2000, mas a tendência acabou caindo e, atualmente, raramente longas assim chegam aos cinemas — no máximo, em um lançamento exclusivo para alguma plataforma de streaming. No entanto, a franquia John Wick abriu espaço para seu primeiro spin-off: Bailarina, protagonizado por Ana de Armas, que traz todos os elementos característicos da saga estrelada por Keanu Reeves.

Quando criança, Eve Macarro (Ana de Armas) testemunha o assassinato de seu pai por uma seita liderada pelo misterioso Chanceler (Gabriel Byrne). Ela é então acolhida pela organização Ruska Roma, comandada pela enigmática Diretora (Anjelica Huston), que utiliza uma escola de balé como fachada para treinar mercenários. Lá, Eve passa sua juventude sendo moldada como assassina, com o objetivo de buscar vingança contra os responsáveis pela morte de seu pai.

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Dessa vez, Chad Stahelski, criador e realizador da franquia John Wick, deixa a cadeira de diretor para Len Wiseman (conhecido por Duro de Matar 4.0 e Anjos da Noite), que preserva a estética característica das cenas de ação da saga: planos longos e abertos, coreografias intensas e o uso criativo do cenário na hora da porradaria. O resultado continua sendo extremamente satisfatório de assistir, mantendo o alto padrão visual que os fãs esperam.

Ainda assim, a ausência do carisma de Keanu Reeves é sentida em muitos momentos, algo que o próprio filme parece reconhecer. Embora John Wick faça uma participação especial, Bailarina toma o cuidado de não deixá-lo ofuscar a protagonista — o que, ainda assim, é quase inevitável.

Isso não significa que a personagem de Ana de Armas seja fraca em cena. Muito pelo contrário: é interessante ver uma figura mais frágil, vulnerável e inexperiente, e acompanhar sua evolução ao longo da trama. A atriz entrega uma performance comprometida e convincente, ainda que sua personagem não alcance o nível icônico de John Wick, mesmo em seus momentos de maior fúria.

Mesmo recheado de boas cenas de ação, o roteiro não se arrisca além do básico. A motivação da vingança já é bastante batida, e o vilão genérico pouco contribui para enriquecer a narrativa. Os coadjuvantes, salvo exceções como o sempre elegante Ian McShane — que retorna com classe ao seu papel da franquia —, também não são bem aproveitados.

Mesmo não reinventando a roda, Bailarina entrega um bom entretenimento para fãs de ação. Com boas cenas coreografadas e uma protagonista carismática, o filme encontra seu lugar no universo de John Wick, mesmo que sem o brilho do personagem original. Para quem busca adrenalina com uma pitada de vingança estilizada, é um prato cheio — ainda que familiar.

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Bailarina

Bailarina - Do Universo de John Wick

From the World of John Wick: Ballerina
18
País: EUA
Direção: Len Wiseman
Roteiro: Shay Hatten
Elenco: Ana de Armas, Keanu Reeves, Anjelica Huston
Idioma: Inglês

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