Beleza Eterna conta com ótimos atores, porém a produção não consegue se sustentar com seu roteiro raso e direção sem sal.
Jane (Sally Hawkins) é uma mulher com problemas psicológicos que tenta manter uma relação boa com a família ao mesmo tempo que se apaixona, porém, em Eternal Beauty, existem vários problemas envolvendo a trama e seu desenvolvimento, sendo que um deles é a falta de senso na hora de criar cenas “cômicas”. Nessa seara, há muitos momentos em que um determinado personagem age de maneira que o roteiro julga engraçada, mas que na verdade se mostram toscos e até perturbadores.
Assim, mesmo tendo um elenco bom, o roteiro junto com a direção estragam o andamento da história limitando o desempenho dos atores praticamente o filme todo, deixando-o cansativo e repetitivo.
Dessa forma, por não definirem o tom necessário para a trama, o primeiro ato do longa (estabelecimento da narrativa e apresentação dos personagens) se mostra deficiente quando constrói cenas que, como dito anteriormente, deveriam ser cômicas, mas na verdade ficam perturbadoras, mesmo com a esforçada atuação da Sally Hawkins.
Contudo, a produção não é de toda ruim por apenas dois motivos: a fotografia, que trabalha com tons mais pastéis voltados para o amarelo; e também as atuações, como citado antes. Tirando esses dois aspectos, não somos apresentados a nada inovador ou interessante, somente a imagens bonitas e atores bons.
Por isso, essa tentativa de trazer um tom mais cômico para a narrativa falha miseravelmente em quase todos os 95 minutos do longa, exceto em uma cena específica na apresentação do personagem Mike, interpretado por David Thewlis. Tirando essa cena, são difíceis os momentos engraçados em todo o resto da produção.
Como dito antes, Jane tem vários problemas psicológicos e um deles é a depressão. Toda essa representação da doença que o filme faz pode até ser interessante de ser mostrado (pelo peso e importância da doença) não só no filme, mas também em toda a sociedade. Todo o atendimento precário e sem preparo do médico mostra o quão ineficaz era o tratamento no século passado, fazendo uma crítica a esses métodos usados há tempos.
Como de pode ver, Eternal Beauty entrega vários problemas em toda a sua produção, desde o roteiro até a direção. Todos esses grandes defeitos atrapalham muito todo o desenvolvimento da narrativa.
Sendo assim, fecho dizendo que essa obra teria bastante potencial se não tivesse um roteiro fraco e uma direção amadora que transformaram o filme em um melodrama barato e sem sal.
Respostas de 2
Um ponto do filme me chamou a atenção: o quanto o contexto e a família muitas vezes contribuem (ou não) para a saúde mental da pessoa… A mãe e a irmã pareciam demonstrar prazer em reforçar o abandono ou falta de jeito da protagonista, de maneira quase sádica. Coincidência ou não, ela se viu “em paz” com a doença ou melhor, mais adaptada depois do falecimento da mãe e da descoberta da irmã sobre a traição (cujo marido também se beneficiava de sua loucura, desacreditando-a). No final,bão contrariar o médico, ela demonstra mais segurança e certeza do que sente. E a frase dele se repete bastante ao longo do filme, como uma falsa obrigação de estar “nas nuvens”.
Ah sim, entendo seu ponto de vista. Também acho que, nesse caso, essa questão sobre o contexto familiar seja muito importante. Porém desgostei da forma como o filme aborda isso, acho também que ele perde muita força ao não saber trabalhar esse ponto. Pra mim isso deixou o filme muito fraco e desorganizado.
Sinta-se à vontade para deixar outros comentários em nossos posts, Barbara. Obrigado!! 🙂