Crítica de filme

Beleza Oculta

Publicado 5 anos atrás

Amor. Tempo. Morte.

“Nós ansiamos pelo amor, desejamos que tivéssemos mais tempo e tememos a morte”. Com essa frase, abre-se a premissa de Beleza Oculta (Collateral Beauty) – longa de 2016 que estreou recentemente na Netflix -, que é trabalhar, da forma mais delicada e sensível, as abstrações da vida, as únicas certezas que existem: o amor, o tempo e a morte.

beleza oculta will smith

Dirigido por David Frankel, a película tem um roteiro extremamente inteligente e dinâmico que arrebata o espectador desde a primeira cena, quando Harold (Will Smith) faz o belíssimo discurso em que solta a frase de abertura desse texto, sua filosofia de vida.

Harold, aliás, é o protagonista da história, um homem cheio de vida e projetos que se torna praticamente um morto-vivo quando sua filha morre. A partir desse momento, ele esquece completamente suas convicções sobre aquilo que sempre pregou. Esquece que a Morte é mais velha que o próprio mundo e com certeza mais idosa do que a excelente Helen Mirren. Não segue regras nem é justa. Esquece que o Amor é tão lindo como Keira Knightley. Não vivemos sem ele. E esquece que o Tempo é indefinido, uma maldição e uma benção, mas tão jovem como Jacob Latimore. O Tempo é tudo o que existe entre o que Amor constrói e a Morte destrói.

beleza oculta morte, amor e tempo

Assim, privado da presença da filha e divorciado da mulher, só resta a Harold seus amigos e companheiros de trabalho, Whit (Edward Norton), Claire (Kate Winslet) e Simon (Michael Peña). Afundado em seu luto, ele está levando a agência que os quatro tão duramente construíram à falência. É então que Whit tem a ideia de contratar uma detetive particular com o objetivo de, observando a rotina de Harold, surgisse uma ideia de como provar que ele não era mais capaz de ser o responsável pela direção da agência.

E a ideia vem, completamente maluca, mas provando a genialidade do roteiro de Allan Loeb. Whit, Claire e Simon contratam três atores, Amy (Knightley), Raffi (Latimore) e Brigitte (Mirren), para abordarem Harold fingindo ser, respectivamente, o Amor, o Tempo e a Morte. Junte a isso sensibilidade de Frankel, que tem no currículo longas como O Diabo Veste Prada e Marley e Eu, e Beleza Oculta se torna uma grande obra.

beleza oculta whit, claire e simon

Não cabe a mim falar mais do que isso, ou incorreria em spoilers, o que realmente não quero fazer. Resta aqui dizer que o espectador mais atento notará os inúmeros foreshadowings que aparecem ao longo da história, mas que de jeito nenhum se tornam exagerados ou estragam a trama. A ficha dos menos antenados cairá no momento em que o último sorriso da filmagem se dissolver na tela preta dos créditos.

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beleza oculta poster
País: EUA
Idioma: Inglês

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