Crítica de filme

Com ‘Midway – Batalha em Alto Mar’, Roland Emmerich acerta seu alvo em cheio | Crítica

Publicado 5 anos atrás

Bem direto ao ponto, longa é uma belíssima representação da Guerra do Pacífico

A batalha de Midway real pode ter sido consequência de uma grande falha do serviço de inteligência americano, mas com certeza o longa que se propôs a representá-la foi um grande acerto do diretor Roland Emmerich. Midway – Batalha em Alto Mar é sem dúvida alguma uma grande retratação de uma das maiores batalhas da Segunda Guerra Mundial, acontecida depois do ataque japonês à Pearl Harbor em 1941, dando início à Guerra do Pacífico.

E em primeiro lugar e antes de mais nada, entretanto, é preciso frisar que o ponto forte de toda a produção é, de longe, a fotografia. Uma vez que a batalha em questão foi basicamente travada com aviões e navios, as imagens feitas do encontro entre céu e oceano são simplesmente de tirar o fôlego. Nessa categoria por si só, o filme já merecia uma indicação ao Oscar.

midway bandeira

Para mostrar como ocorreram os fatos que levaram ao conflito em questão, Emmerich optou por dividir Midway em duas frentes: a da inteligência do exército americano, capitaneada por Edwin Layton (Patrick Wilson); e a dos soldados que efetivamente arriscaram suas vidas na luta, como Wade McClusky (Luke Evans), Jimmy Doolittle (Aaron Eckhart), Clarence Dickinson (Luke Kleintank), Bruno Gaido (Nick Jonas), e o protagonista da trama, Dick Best (Ed Skrein), todos personagens reais que mudaram o rumo da guerra e, consequentemente, da História.

brinde

A duração de 138 min pode parecer longa, mas o roteiro bem estruturado dá muita dinamicidade e fluidez à trama, e a ação mantém o espectador “ligado” o tempo inteiro. As cenas das batalhas, aliás, merecem especial destaque pelo capricho e pela experiência sensorial que promovem! Em alguns momentos impressionantes, parece que estamos pilotando o avião nós mesmos, fazendo mira no alvo, preparando-nos para abatê-lo. É como se estivéssemos jogando videogame. Adrenalina pura!

Quanto ao elenco, Ed Skrein – o (primeiro) Daario Naharis de Game of Thrones – ganha notoriedade na interpretação de Dick Best, um soldado sem medo que vive como se não houvesse amanhã, tendo sido por isso uma engrenagem crucial na máquina de guerra americana. Um verdadeiro líder de coração enorme que sofria a cada amigo que perdia para as batalhas. É através dele e de seu avião que conhecemos a maior parte da história. Sua mulher, Ann (Mandy Moore), assim como a mulher de Edwin, Dagne (Rachael Perrell Fosket) apesar de bastante coadjuvantes, conseguem mostrar muito bem um outro lado da guerra: a angústia das famílias dos guerreiros, o medo da perda, a ausência do companheiro e a dor da solidão.

ed skrein e mandy moore
Ed Skrein e Mandy Moore em Midway

 

Por tudo isso e apesar de se assemelhar muito a outras produções do mesmo gênero, Midway pode ser considerado um dos melhores filmes de guerra histórica do cinema, menos romanceado do que o próprio Pearl Harbor (2001), mais direto ao ponto e sem qualquer enrolação. Uma obra de arte na fotografia.

Dá até para ignorar a sutil hipocrisia da pequena passagem dos créditos que diz que o longa foi uma homenagem tanto aos americanos como aos japoneses que lutaram no Pacífico. Cá pra nós, de homenagem aos “japas”, Midway não tem nada…

Compartilhar
midway poster
País: China | EUA
Idioma: Inglês

Respostas de 4

  1. Flavia, tenho acompanhado suas críticas e indicações. Têm sido muito úteis. Continue assim. Parabéns!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *