Cam (Eiza González) é a melhor socorrista de Los Angeles. Em um dia comum em que ela salva uma garotinha empalada num acidente de carro, sua ambulância é sequestrada por dois homens num assalto a banco e ela ainda precisa cuidar do policial baleado que está sob sua responsabilidade.
O trabalho do paramédico pode ser considerado um dos mais frenéticos que existem, enquanto os profissionais correm contra o tempo para levar uma pessoa até o hospital antes que seja tarde demais. E é exatamente desse estado frenético que o diretor Michael Bay usa e abusa em seu novo filme, Ambulância: Um Dia de Crime (Ambulance), estrelado por Jake Gyllenhaal, Yahya Abdul-Mateen II e Eiza González, e ele faz isso com um uso de mestre da câmera.
Dessa forma, o que mais chama a atenção no filme é o seu visual, a câmera nervosa que passeia, ou melhor, voa com a ambulância pelas ruas da Cidade dos Anjos, explorando o ambiente de forma magnífica e até maluca, muitas vezes, inclusive, deslizando verticalmente pelos prédios em manobras simplesmente incríveis. Closes e planos abertos se alternam na medida que o clima claustrofóbico da ambulância dá lugar à perseguição caótica dos bandidos pela polícia nas vias largas e também pelas vias estreitas da cidade, deixando para trás um rastro de destruição bizarro.
Enquanto isso, os três personagens principais dão show em seu palco apertado que cheira a sangue e tensão. É claro que um roteiro no estilo de Ambulância, de ação intensa do início ao fim, consegue, muitas vezes, manter-se por si só, mas quando se tem atores do nível de Gyllenhaal, Mateen e González, a coisa se enriquece sobremaneira. É só lembrar do primeiro Velocidade Máxima que vocês vão entender o que digo!
No entanto, arrisco dizer que o plot de Velocidade Máxima é mais eficiente do que o do filme em análise. O estado frenético que Bay emprestou à sua obra, apesar de belo, acabou sobrepujando o próprio enredo, favorecendo muito mais o visual, que é realmente incrível, do que a estória na qual ele se apoia e seus personagens – o trio se entrega tanto, que eu gostaria de ter conhecido mais sobre eles. E apesar disso, pode ser que essa pouca imersão nas pessoas agrade aos fãs desse gênero de obra.
Como dito, Ambulância é ação e perseguição do início ao fim e, por isso mesmo, posso prometer uma coisa sem medo de errar: nem que você queria vai conseguir sentir sono com esse filme. Bay sabe o que faz.