Depois de dois anos de espera, os fãs dos cultuados X – A Marca da Morte e Pearl finalmente poderão assistir à aguardada conclusão da trilogia de filmes de terror estrelados por Mia Goth (ou a neta da atriz brasileira Maria Gladys), já que MaXXXine finalmente chegou aos cinemas. No entanto, é bom controlar as expectativas, pois o novo longa talvez não chegue ao nível de seus antecessores.
Seis anos após os acontecimentos de X, Maxine Minx agora é uma estrela de Hollywood em ascensão. Contudo, quando um misterioso serial killer começa a assassinar jovens atrizes, Maxine se encontra no centro de uma seita que ameaça revelar mais de seu passado sinistro.
O diretor Ti West retorna para concluir a trilogia iniciada em 2022, que consolidou Mia Goth como a nova estrela dos filmes de terror. Em MaXXXine, West possui muito mais recursos para produzir um filme grandioso, tanto em termos de ambientação quanto de personagens. No entanto, a impressão é que ele não soube trabalhar bem com todos esses aspectos.
A trama se passa em Los Angeles em 1985, e a ambientação é muito bem construída, seja pelo design de produção, figurinos ou trilha sonora. A atuação de Mia Goth é o ponto alto da produção, assim como nos dois filmes anteriores. Ela arrasa aqui, destacando-se claramente no elenco.
Com efeito, MaXXXine possui muito mais personagens e um elenco bem mais estelar do que seus antecessores, com nomes como Elizabeth Debicki, Michelle Monaghan, Bobby Cannavale e Giancarlo Esposito. Entre os coadjuvantes, Kevin Bacon é o destaque e, mesmo sem ser muito beneficiado pelo roteiro, seu personagem rouba a cena e cria uma boa dualidade com Maxine.
Porém, infelizmente, a trama é o ponto mais fraco do longa. Apesar da ótima ambientação e da protagonista forte, o diretor parece querer misturar vários conceitos ao mesmo tempo, sem chegar a lugar nenhum. Seja tentando ser um pouco de slasher whodunnit ou às vezes um giallo, Ti West não consegue encontrar um tom que defina MaXXXine como fez em X ou Pearl.
Além de personagens subutilizados, como os de Moses Sumney e Halsey, alguns arcos estabelecidos parecem não levar a nada na conclusão do filme, que é bastante fraca. O terceiro ato, que remete ao final de X, pode até agradar alguns fãs, mas deixa um gosto agridoce para o desfecho de um filme tão aguardado.
Embora repleto de potencial e com um elenco de peso, MaXXXine não alcança o impacto de seus antecessores. A ambientação nos anos 80 e a atuação de Mia Goth são os grandes destaques, mas a narrativa fragmentada e personagens pouco explorados comprometem o resultado final.
A conclusão da trilogia deixa uma sensação de frustração, com muitos elementos promissores que não são plenamente desenvolvidos. Para os fãs, pode ser uma despedida aceitável, mas não exatamente memorável.