Crítica de filme

A Filha Perdida

Publicado 3 anos atrás

Eu nunca li os livros de Elena Ferrante, mas sei que a autora tem um público bastante considerável composto, em sua maioria, de mulheres. Ela escreve para mulheres, só concordou com a adaptação cinematográfica de sua obra se a mesma fosse feita por uma mulher e são as mulheres que dão show em A Filha Perdida (The Lost Daughter), da Netflix.

Em verdade, é difícil saber quem está melhor no filme. Não é preciso nem falar de Olivia Colman que só precisa ter um papel em algum filme para já estar indicada em todas as premiações – e por merecimento total. A história do longa gira em torno de sua personagem, Leda, que resolve passar férias em uma praia na Grécia, mas acaba sendo assombrada por seu passado depois de conhecer a família de Nina.

Nina, por sua vez, é interpretada por Dakota Johnson, a eterna senhora Cinquenta Tons de Cinza que, em uma de suas melhores atuações, deveria ser indicada também na categoria de coadjuvante.

No entanto, quem mais chama a atenção na coisa toda é Jessie Buckley, que divide o papel de Leda com Colman, interpretando a versão mais jovem da personagem. Acho que ninguém pode discordar do fato de que ela merece palmas de pé.

Apesar disso, o que se pode dizer de A Filha Perdida? Será que o longa faz jus ao seu livro base? Essa comparação é impossível para mim. Como já referido, não conheço a história na literatura, mas no que toca a sua variante cinematográfica, ela deixa um pouco a desejar.

Na realidade, por ser o trabalho de estreia em longas-metragens de Maggie Gyllenhaal, é preciso tirar o chapéu para a cineasta. Usando close-ups, a diretora consegue dar um tom intimista inacreditável à sua obra e, em se tratando de uma trama muito introspectiva, o trabalho ficou perfeito nesse quesito.

Apesar disso, A Filha Perdida nega qualquer tipo de ação, o que torna o filme (que já é longo), numa película também lenta. Soma-se a isso seu tema pesado e várias cenas estendidas demais e temos que subir uma montanha empurrando uma pedra. Não fosse o elenco envolvido e este teria sido um problema muito maior do que foi…

Esta é o única grande questão que encontro, todavia, porque a história de uma obsessão atrelada a um trauma do passado é interessante demais para ser ignorada. Imagino o livro!

Eu vos digo, portanto, que A Filha Perdida está cogitado para levar uma indicação ao Oscar de melhor filme este ano e tem força para isso. É o tipo de filme que a Academia adora. Eu não chego a tanto!

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A Filha Perdida Poster
País: Grécia, Reino Unido, Israel, EUA
Idioma: Inglês

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