Jill Culton entrega uma animação de alta qualidade que encanta e diverte
Muito já se falou de ‘Abominável’, a nova animação da DreamWorks em coprodução com o estúdio chinês Pearl Studio. Depois de várias entrevistas – inclusive uma feita exclusivamente para o Omelete (leia aqui) -, a diretora Jill Culton já revelara tudo o que poderíamos esperar da produção, como a inspiração em ‘E.T.: O Extraterrestre’ (1982), de Steven Spielberg. Mesmo assim e apesar disso, foi tão bom criar expectativas boas e vê-las confirmadas.
Com uma trama divertida e extremamente cativante, ‘Abominável’ pode ser considerada, sem medo de errar, a melhor animação do ano (sinto muito ‘Corgi: Top Dog’!), que irá agradar não só as crianças, mas também falará ao coração dos adultos, podem acreditar.
E não falo somente dos quesitos técnicos – apesar de estes terem sido impecáveis. Há muito tempo não vejo uma fotografia tão bonita! Partindo da brilhante Xangai o expectador é levado por planícies, vales, montanhas, desertos e uma incrível aurora boreal, tudo isso embalado por uma trilha sonora de arrepiar (cortesia de Rupert Gregson-Williams). Dá até vontade de chorar.
A música, aliás, é outro ponto destacado por Culton em sua entrevista, sendo ela a conexão mais forte entre Yi, a personagem principal do filme, e Everest, o Yeti, uma criatura mitológica natural das montanhas geladas do Himalaia. Yi é violinista, como o pai, e ela toca principalmente para se sentir mais próxima dele, já que a morte o levara, deixando um vazio bem fundo dentro da garota. O que ela não percebe, porém, é que esse vazio a estava afastando cada vez mais de seus outros entes queridos: a mãe e a avó, que representam sua família.
Assim, quando decide ajudar Everest a voltar para casa, Yi acaba embarcando em uma incrível jornada de autoconhecimento que mudará sua vida para sempre.
Mas podem ficar tranquilos. Toda essa coisa bonita, mas séria, de família, amizade e bons valores, é diluída e misturada em muito divertimento! Everest, o Yeti, é grande e parece um monstro (‘Abominável’!), mas é a criatura mais dócil e mais parecida com um cãozinho que se pode esperar! Não é à toa que a inspiração de Culton para criá-lo foi Cooper, seu cachorro. Ele é tão cativante que você vai sair do cinema querendo levá-lo para casa.