O que dizer sobre o Big Brother Michael Myers? Sem qualquer senso do ridículo, Halloween – Ressurreição (Halloween: Resurrection) seria tratado como sátira se não fosse parte de um selo famoso.
Participantes de um programa de televisão são levados para passar a noite na casa onde viveu um famoso assassino em série. O que eles não sabem é que ele está de volta e disposto a não deixar ninguém sair com vida do local.
Parece sinopse de algum slasher modorrento esquecido nos anos 80 né!? Mas não, é a oitava entrada da franquia Halloween nos cinemas. Com Jamie Lee Curtis de volta ao papel de Laurie Strode e dando sequência ao filme anterior, Halloween – Ressurreição tinha tudo pra dar certo – menos história pra contar. Além da volta de Curtis como personagem principal, Rick Rosenthal, diretor do decente Halloween II – O Pesadelo Continua, volta à saga.
De fato, se formos frios na análise, era um filme promissor do ponto de vista da equipe. Rosenthal havia emulado bem o estilo do grande John Carpenter no longa de 1981, e sempre que tivemos Jamie Lee Curtis como protagonista, existiu (até aquele momento) um longa minimamente digno de sua existência – o que não é o caso aqui.
Acho quase sádico, ou no mínimo desrespeitoso, o que os produtores fizeram aqui. Honestamente não imaginava desgostar tanto de um filme da franquia quanto Halloween 6: A Última Vingança, mas Ressureição consegue essa façanha. Temos aqui uma afronta ao fã, um insulto ao nome da saga e aos personagens de Carpenter-Hill.
O que mais me incomoda é que o staff em derredor da obra já havia se provado anteriormente – ou alguém aqui discorda que Halloween II é ao menos legítimo? – mas aqui tudo vai MESMO por água abaixo. Conversei com seis pessoas sobre esse filme, todos fanáticos por slasher e fãs e de Myers, e não me surpreendeu em nada o fato de todos terem odiado. Reparem no substantivo: odiaram; não é que não gostaram, ou que poderia ser melhor.
É até difícil buscar argumentos quando o sangue está quente e a sinopse fala por si própria, e depois de batalhar com a página em branco tomei uma decisão: se os roteiristas não tiverem paciência de criar nada melhor, não terei paciência para analisar o filme.
Talvez isso não tenha sido uma crítica, mas uma nota de repúdio.