Com um roteiro divertido e bastante química entre os personagens, Homem-Aranha: Longe de Casa agrada, mas deixa um pouquinho a desejar
Oito meses após os acontecimentos de ‘Vingadores: Ultimato‘, Peter, Nick Fury e outras dezenas de milhares de pessoas ainda estão confusas, afinal, ficaram vários anos “mortos” em razão do estalar de dedos de Thanos (vulgo ‘blip’) e, de repente, voltaram a vida… com a mesma idade que tinham quando viraram pó. Foi um bom começo para Homem-Aranha: Longe de Casa, mas o filme deixou um pouquinho a desejar.
Em ‘Capitão América: Guerra Civil ‘e ‘Homem-Aranha: De Volta ao Lar‘, conhecemos um Peter que só queria ser um dos Vingadores e fazia de tudo para convencer seu tutor, Tony Stark, de que era capaz de fazer parte do grupo de heróis. Em Ultimato, depois de voltar à vida, ele até ajudou seus parceiros na batalha contra Thanos no Espaço, bem, bem longe de casa! Mas agora, ele só quer ser o amigão da vizinhança mesmo, o que pode ser interpretado até como um retrocesso do personagem.
Onde está aquela gana pela aventura? Onde está a empolgação pelos superpoderes que possui? Parece que tudo isso foi enterrado junto com o Homem de Ferro. Nem mesmo o presente que Tony deixou para ele, os óculos super biônicos EDITH, convenceu o garoto de que Stark o havia escolhido e acreditava nele. Nem quando Nick Fury o convocou para uma missão nível Vingadores, como repetia o excelente vilão de Jake Gyllenhaal, Mysterio, serviu para que ele retomasse seu antigo espírito. Peter agora só quer se declarar pra MJ (Zendaya) e está tudo certo. Um pouco infantil para o universo criado pela Marvel.
Mas não estamos falando de um filme ruim, pelo contrário! O humor, como sempre, está muito bem colocado, principalmente nas figuras de Ned (Jacob Batalon), o melhor amigo de Peter, e sua nova namorada, Betty (Angourie Rice), que renderam boas gargalhadas. Jake Gyllenhaal também está impecável e entregou um vilão muito interessante que lembrou o Dr. Estranho… O envolvimento de Happy com a tia May também ficou muito legal, apesar de inusitado.
Enfim, o longa do diretor Jon Watts funcionou, apesar de que poderia ter sido um pouco melhor, com um Homem-Aranha mais empolgado com suas teias, como é típico de personagem. Mas o que salvou tudo foi, sem dúvida, a cena pós-crédito. E agora, Peter?