SPOILER ALERT!
Depois de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, é a vez da franquia Matrix ressuscitar seus mortos. Literalmente. O próprio nome Matrix Resurrections já revela que Neo, que havia nos deixado no terceiro filme, Revolutions, em 2003, de alguma forma voltaria para mais um longa da fase nostálgica do cinema.
Crítica | Fan services e nostalgia em ‘Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa’
O longa de Lana Wachowski se esmera na fotografia e nos efeitos especiais, fazendo um trabalho visual magnífico – Chloe Zhao iria adorar os enquadramentos com o pôr do sol da parte final da obra.
As atuações também são excelentes. Sobre os protagonistas, não é preciso nem comentar. Pelo histórico que vem desde 1999, nós já sabíamos que Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss seriam incríveis. E as novas adições se comportaram a altura. Jessica Henwick como a capitã Bugs e Neil Patrick Harris como O Analista também dão show.
No entanto, ao contrário do longa do aracnídeo que, apesar de algumas ressalvas, trazem um filme pelo menos bom de se assistir, Resurrections não consegue fazer nem isso. Dá até sono.
Se a ideia de ressuscitar a franquia era ganhar dinheiro, no melhor estilo caça-níquel, então, com certeza, a obra cumprirá seu papel, dada a legião de fãs que esperam pelo filme roendo as unhas e ansiosamente aguardando por sua red pill. Os números da bilheteria assim o dirão, não há dúvida. Mas Resurrections falha em construir uma boa história, camuflado no belíssimo trabalho técnico visual, como já mencionado.
Trazer de volta à vida uma franquia tão icônica como Matrix, que revolucionou o cinema e ditou tendências, é coisa (muito) perigosa de se fazer, mesmo que o diretor ou diretora sejam os mesmos e, no caso, Resurrections não acrescenta absolutamente nada de interessante à história anterior, o que só significa que o longa é totalmente desnecessário.
Sim, o filme explora as emoções enquanto o “resgate” de Trinity (Moss) se torna seu centro de ação, e sua força obviamente se encontra em rememorar os outros personagens de que tanto gostamos. No entanto, a meu ver, nada disso consegue se desenvolver satisfatoriamente, uma vez que a própria Trinity tem muito menos tempo de tela do que seria desejável, já que estamos falando justamente de uma ressurreição!
A ausência de Hugo Weaving, que interpreta o agente Smith, no entanto, se faz sentir, principalmente quando Jonathan Groff ou mesmo o excelente Patrick Harris não conseguem substituí-lo a altura.
E de fato, outros detalhes incomodam bastante, como a maneira como o roteiro elimina e substitui Zion tão facilmente com um motivo fraco depois de tudo o que foi feito para salvá-la, o que, aliás, para começo de conversa, foi a causa de todo o sacrifício de Neo e Trinity.
Outro exemplo é a convivência simbiótica entre os humanos e as máquinas,um conceito até interessante, mas que soa mais como uma conveniência de roteiro do que algo que foi explorado habilmente.
Sendo assim, em verdade, eu tomaria a blue pill depois do que nos foi apresentado! Essa revisita à Matrix acaba se revelando o fruto de uma saudade repentina e inesperada de uma franquia, que retorna obviamente sem a força criativa de seu original , uma ilusão que se sustenta apenas pela lembrança e pela paixão do público.
Uma resposta
Achei um exagero a nota negativa,mas a critica foi bem escrita como sempre .