O gênero de filmes de terror é um dos mais rentáveis na indústria cinematográfica e vários de seus subgêneros já foram exaustivamente explorados em diversas produções, desde os slashers com psicopatas e animais até casas, cidades e também objetos mal-assombrados.
Pois bem, a proposta de Mergulho Noturno, novo filme da Blumhouse que chega aos cinemas, é uma trama que gira em torno de uma piscina mal-assombrada. Parece até original, mas sua execução é para lá de problemática.
Baseado no curta-metragem Night Swim, dirigido por Rod Blackhurst e Bryce McGuire, com este último na cadeira de diretor da obra aqui comentada, o filme acompanha uma família que se muda para uma nova casa no subúrbio de uma cidade estadunidense.
O principal chamativo? A piscina, visto que o patriarca da família, Ray Waller (Wyatt Russell), está diagnosticado com esclerose múltipla e os exercícios de hidroginástica podem ajudar no tratamento. Com o passar do tempo, sua mulher, Eve (Kerry Condon) e filhos começam a suspeitar que algo sobrenatural paira sobre os arredores da piscina.
É importante mencionar que o curta-metragem que serviu de base para o filme possui apenas 4 minutos de duração, com uma premissa simples. Já aqui, o desafio foi adaptar uma história que conseguisse envolver o espectador durante 90 minutos de rodagem, o que não funciona na maior parte desse tempo.
A justificativa do roteiro para fazer com que a família Waller precise usar a piscina é válida, mas todos os desdobramentos que vêm em sequência são insossos e agarrados nos jumpscares mais batidos que o terror tem a oferecer. Toda a estrutura da narrativa é genérica e quase nada corajosa, com direitos aos diálogos mais expositivos possíveis, deixando todo o “mistério” que cerca aquela piscina bem entediante.
A atuação de Kerry Condon é destaque, mas a atriz é prejudicada pelo fraco material fornecido. Assim como ela, os atores mirins Amélie Hoeferle e Gavin Warren, que interpretam respectivamente Izzy e Elliot Waller, também fazem um esforço para elevar seus personagens, mesmo que um vínculo emocional entre eles e o público seja deficiente.
Com isso, Mergulho Noturno abre o gênero de terror no ano de 2024 de forma bem insatisfatória, além de ser também uma das produções mais fracas da Blumhouse lançadas no cinema nos últimos anos. O potencial para ser, no mínimo, memorável é desperdiçado, e o filme dificilmente será lembrado após a saída da sessão.