Com o terceiro filme, chegou ao fim a saga Rua do Medo, da Netflix, com uma trama bastante surpreendente, ainda mais quando levamos em consideração o primeiro longa fraco. Na verdade, nem podemos considerar que a primeira parte, ambientada em 1994, seja fraca, uma vez que a saga deve ser considerada em sua totalidade, como uma minissérie dividida em três partes.
Toda a história, desde o começo, é contada de trás para frente, o que foi bastante intrigante e uma técnica muito eficiente para atiçar a curiosidade. E agora, no final, todos os pontos são ligados e tudo se contextualiza numa trama bastante interessante, apesar de a maioria dos personagens serem, como já dito nos textos anteriores, irritantes (aliás, uma pena que Sadie Sink, a Ziggy jovem, apareça tão pouco nessa última parte).
Crítica | Rua do Medo 1994 – Parte 1
Crítica | Rua do Medo: 1978 – Parte 2
Sendo assim, agora estamos em 1666 quando Deena (Kiana Madeira) assume a pele de Sarah Fier para entender como a maldição que assola Shadyside há séculos teve início. Tudo acontece bastante rápido desde os acontecimentos que acabam levando em sua acusação de ser praticante de bruxaria até o fatídico enforcamento sob a árvore, mas tudo é bastante bem feito para que esse detalhe não atrapalhe.
Fato é, porém, que o que mais atrai na saga é a forma como ela transforma os clichês do slasher/gore em uma coisa divertida e interessante. Os filmes não são muito pretensiosos e estão pouco preocupados em serem grandiosos, e é aí que acertam. A pegada Stranger Things (Matt e Ross Duffer, 2016) continua (mesmo que a trama central se passe uma década depois), deixando que os adolescentes procedam de forma que adultos jamais fariam, alterando consideravelmente o rumo dos acontecimentos. E mesmo assim, como na série, esses adolescentes conseguem sustentar a trama profissionalmente.
Seguindo nessa linha de raciocínio, apesar de não ter o nível de Stranger Things, Rua do Medo: 1666 – Parte 3 tem o grande mérito de conseguir fechar a história que conta sem furos ou decepções – pelo contrário, o final é até previsível, mas muito satisfatório em termos técnicos – e os efeitos visuais continuam bem feitos e muito (muito!) aflitivos (e sangrentos!). Desta feita, podemos dizer que ele mistura bem os dois primeiros filmes – ainda que 1978 ainda seja o meu preferido.
Ademais, vale dizer que o fato de a Netflix ter soltado uma parte por semana em vez de ter jogado tudo de uma vez no catálogo ajudou bastante na expectativa, dando tempo para que pudéssemos ficar curiosos com o rumo da história.
Sendo assim, a conclusão é que aqui temos uma divertida saga de terror/fantasia para quem é fã desse gênero. Não espere uma obra-prima, mas algo simplesmente agradável e envolvente para curtir.
Respostas de 2
Ótima critica.
Obrigada!