Crítica de filme

Divertida Mente 2

Publicado 5 meses atrás
Nota do(a) autor(a): 4.0

Ter 13 anos é sempre uma experiência única de autodescobrimento e contemplação de novos horizontes na vida de qualquer indivíduo. Curiosamente, foi também com 13 anos que fui ao cinema assistir ao primeiro Divertida Mente, um filme marcante não só para mim, mas também para todo o público. Agora, 9 anos depois, a Disney/Pixar finalmente lança a tão aguardada sequência, Divertida Mente 2, que aborda Riley já no início da puberdade e todas as mudanças que vêm com essa fase da vida.

Quando a sala de controle da mente da agora adolescente Riley passa por uma demolição repentina, o local é tomado por algo totalmente inesperado: novas emoções. Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho devem se adaptar quando a nova colega, Ansiedade, aparece, junto com Vergonha, Tédio e Inveja.

Após uma série de animações não tão bem-sucedidas da Pixar, seja pela baixa recepção do público, como em Lightyear, ou pelo injustiçado Soul, que estreou diretamente no streaming, a empresa começa com Divertida Mente 2 seu plano de recuperação de marca. Esse esforço será seguido de outras animações de franquias de sucesso, como Zootopia 2 e até Toy Story 5, em um futuro próximo. Meu grande receio era se Divertida Mente 2 faria jus ao primeiro, um longa esplêndido. Para o alívio de muitos, adianto: sim, o filme justifica bem sua existência.

Desta vez, em uma nova fase da vida, Riley vai à uma colônia de férias, onde é selecionada para treinar hóquei no gelo junto com um time de atletas mais experientes e mais velhas. Ela tenta de tudo para se enturmar, custe o que custar. Tal desafio desencadeia o momento perfeito para que emoções mais “sofisticadas”, como a Ansiedade, que rouba a cena em vários momentos, despertem para ajudar a garota, algo com que Alegria e cia não concordam totalmente.

Adicionando novas emoções, o filme cria uma trama que retoma vários conceitos estabelecidos no primeiro longa, ao mesmo tempo que desconstrói outros, como as memórias reprimidas, em uma sequência que é uma das mais engraçadas do filme.

São mudanças que trazem frescor para aqueles que queriam novidades, ao mesmo tempo que acolhem os que gostaram do primeiro filme. E claro, de forma lúdica, mas não infantil demais, para que tanto crianças quanto adultos possam se identificar de alguma forma. Um desses triunfos acontece no ato final do filme, que é também o seu ponto mais alto.

É gratificante ver que o longa consegue dividir bem o tempo de tela para que cada uma das emoções, novas ou já conhecidas, tenha seu momento. A dualidade entre Alegria e Ansiedade é o foco narrativo principal, mas há também pontos bem trabalhados com Nojinho, Tristeza, Vergonha e Tédio, em sacadas inteligentes e precisas.

Divertida Mente 2 pode não ser tão marcante quanto o primeiro filme foi em 2015, mas com certeza está entre as melhores animações da Pixar e é uma das melhores sequências do estúdio. Resta saber se a empresa conseguirá manter a qualidade em seus próximos filmes nesta nova era, agora que o primeiro passo foi excelente.

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Divertida Mente 2 cartaz

Divertida Mente 2

Inside Out 2
País: EUA
Direção: Kelsey Mann
Roteiro: Meg LeFauve, Dave Holstein
Idioma: Inglês

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