Afirmo com tranquilidade que ter assistido Duna: Parte Dois em uma sala de cinema IMAX tenha sido, muito provavelmente, uma das melhores experiências que já tive em toda minha jornada cinematográfica, um feito que se repetirá, talvez, apenas quando uma possível Parte Três for lançada. Mas até lá ainda há muito o que se discutir sobre essa sequência, que chega agora às telonas.
Dirigido novamente por Denis Villeneuve, a segunda parte da adaptação do épico de ficção científica escrito por Frank Herbert começa logo após o encerramento da Parte Um: Paul Atreides (Timothée Chalamet) e Lady Jessica (Rebecca Ferguson) encontram refúgio junto aos Fremen, no planeta desértico de Arrakis, onde se aliam a Chani (Zendaya) e Stilgar (Javier Bardem), e traçam um caminho de vingança contra os conspiracionistas que ruíram a Casa Atreides.
Para os fãs assíduos da obra de Herbert e também do longa de 2021, fiquem tranquilos, pois a sequência consegue superar seus próprios méritos estabelecidos anteriormente. Tanto os aspectos de sua narrativa como a direção de arte e efeitos visuais seguem sendo um esplendor, assim como a extraordinária trilha sonora de Hans Zimmer, que dá vida aos segmentos mais emocionantes da produção.
Duna: Parte Dois tira proveito de ter tido seu universo, personagens e conflitos estabelecidos no filme anterior para expandir ainda mais a narrativa, bem como o desenvolvimento de seus protagonistas. Entre as ótimas performances dos já conhecidos Chalamet, Ferguson e Zendaya e as adições ao elenco muito mais que bem-vindas de Florence Pugh, Christopher Walken e Léa Seydoux, um personagem inédito também se destaca e muito: Austin Butler devora o papel do assustador psicopata Feyd-Rautha Harkonnen, e rouba as poucas, porém bastante memoráveis, cenas em que aparece.
Mesmo tendo 166 minutos de duração, tempo um pouco maior do que seu antecessor, o filme consegue lidar muito bem com o ritmo, fazendo com que suas mais de duas horas e meia corram até mais rápidas que a Parte Um. Ainda lidando com aspectos complexos da obra original, o roteiro segue conseguindo condensar boa parte dos conceitos políticos, linguísticos, místicos e religiosos do universo de Duna, imergindo o espectador neste vasto e rico universo.
Cenas de ação maiores e mais dinâmicas são outro ponto alto do filme, recheados de efeitos especiais visualmente impactantes. É um trabalho de primeira categoria, que reforça a justificativa de apreciar o longa na maior tela possível. De certo, uma das experiências mais inesquecíveis que o cinema pode proporcionar.
Com isso, Duna: Parte Dois abre de vez a temporada dos blockbusters de 2024, e reafirma ainda mais seu papel como uma das mais recentes sagas épicas que marcará a década e a cultura pop daqui para frente, talvez se equiparando ao que foi O Senhor dos Anéis há 20 anos, ou até mesmo Star Wars há quase 50 anos. Ouso ainda afirmar que Duna talvez possa ser considerado o Messias do cinema contemporâneo. Resta descobrir apenas como será o fim de sua promissora jornada.