Crítica de filme

Morbius

Publicado 3 anos atrás
Nota do(a) autor(a): 3,0

A crítica internacional já não vinha falando muito bem do novo longa da Marvel, Morbius, e, agora que o filme estreou por aqui, finalmente dá para entender por quê.

Jared Leto é Michael Morbius, cientista renomado que tenta se curar de uma doença rara no sangue, mas acaba se infectando com algo que o transforma numa espécie de vampiro.

Eis, portanto, uma sinopse simples e bastante interessante e, considerado isoladamente (sem levar em conta os quadrinhos), não entendo que o filme seja exatamente ruim, apesar de seus pecados. Mas há que se lembrar que, por sua única e própria vontade, a Marvel nos inseriu em um universo estendido e, portanto existe um todo à sua volta que é impossível de se ignorar.

Sendo assim, vejamos.

Morbius
Jared Leto em ‘Morbius’ © Divulgação

O primeiro ponto positivo do filme do diretor Daniel Espinosa é o tempo de duração. Morbius tem apenas 104 minutos, o que, se comparado com os 148 minutos de seu antecessor, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa ou os 176 de The Batman, é um grande alívio.

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O segundo são os incríveis efeitos especiais utilizados, que lembram muito os de Venom, porém, são mais sutis. Aliás, Morbius lembra muito Venom em todos os sentidos, inclusive na fotografia. Eu diria que a diferença crucial entre os dois anti-heróis é a seriedade, já que Morbius é bem menos “escrachado” do que o simbionte.

E por fim, para terminar de citar tudo o que curti no filme, tem as atuações. Particularmente, não sou muito fã das interpretações de Jared Leto que, para mim, sempre perde o controle e “passa do ponto” até mesmo quando o personagem pede certo exagero, como o Coringa de Esquadrão Suicida. Aqui, no entanto, foi diferente. Pessoalmente, nunca vi o ator em melhor forma, tanto física (um verdadeiro colírio para os olhos das meninas!), quanto em matéria de atuação.

Morbius
Jared Leto e Matt Smith em ‘Morbius’ © Divulgação

Talvez tenha sido este, portanto, seu grande desafio: acostumado a performances mais espalhafatosas e, digamos, “afetadas”, agora ele teve que ser mais contido e centrado, o que deu super certo.

Quanto à Matt Smith, não há muito o que falar, já que, ao contrário de seu colega de elenco, nunca fez nada mais ou menos, firmando-se cada vez mais como um dos grandes atores da atualidade.

Por outro lado, apesar de entreter, o roteiro do longa deixa a desejar. Acostumado com o universo estendido em que foi colocado por única e própria vontade da Marvel, o espectador já está esperto e inteligente demais para aceitar qualquer coisa. E Morbius foi quase isso: qualquer coisa. Uma qualquer coisa linda, mas mesmo assim, qualquer coisa.

Ficou a impressão de que houve pressa na narração da estória e a vantagem do menor tempo de duração acaba se perdendo, portanto. Situações ficam sem conexão, outras ficam boiando, imprestáveis, pontas ficam soltas, ou seja, falta coesão e, principalmente, falta personalidade.

É isso que incomodou tanto a crítica internacional e vai incomodar por aqui também. Apesar do universo Marvel ser expandido e de o multiverso estar começando a ser introduzido… é necessário aceitar filmes que, apesar de não serem chamados assim, podem ser definidos como “longas de transição”, feitos apenas para introduzir este ou aquele personagem num filme do futuro?

Por isso, só digo uma coisa: apesar de entreter, Morbius é uma pena.

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Morbius Pôster
País: EUA
Direção: Daniel Espinosa
Roteiro: Matt Sazama, Burk Sharpless, Roy Thomas
Idioma: Inglês

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