O ‘Fantasma da Ópera’ é prova de que uma boa história nunca cansa de ser contada | Crítica

A versão de 2004 de 'O Fantasma da Ópera' traz para as telas todo o brilho e beleza dos palcos do teatro.

Confira a crítica em vídeo acima!

Desde 2004, quando O Fantasma da Ópera, do diretor Joel Schumacher foi lançado, nenhum outro longa conseguiu tirá-lo do primeiro lugar do meu pódio de filmes favoritos.

Musical baseado na famosa peça teatral da Broadway (há mais de 30 anos em cartaz), esse longa é um romance gótico que conta a história do triângulo amoroso formado pela jovem cantora lírica em ascensão, Christine (Emmy Rossum), o Visconde de Chagny, Raoul (Patrick Wilson) e o gênio deformado da música, que também é um assassino, o Fantasma (Gerard Butler).

A versão de 2004, a última a ser produzida, é a única que não leva a trama para o gênero do horror, justamente porque é baseada na peça teatral. Todas as anteriores (a de 1925, 1943, 1962 e 1989) são de terror, o que me leva ao ponto em que quero chegar e que explica (em parte!) o porquê de esse filme ser o meu predileto.

o fantasma da ópera mãos

É que apesar de o protagonista ser deformado e assassino, e em que pese a vibe gótica e as cores escuras da película, eu nunca enxerguei a história como terror, mas muito mais como um romance. E não um romance qualquer! Vamos com calma, porém, já que quero que você, leitor, entenda o que quero dizer.

Talvez, se olharmos isoladamente para os elementos de O Fantasma da Ópera (atuação, figurino, maquiagem etc.), não encontremos nada de excepcional. Mas quando tudo isso é colocado junto… Ah! Não dá nem pra explicar. É grandioso demais.

Muitos de vocês podem não gostar do Joel Schumacher, mas o diretor entendeu perfeitamente a essência da peça da Broadway e a trouxe para o Cinema.

Vou dizer para vocês, eu assisti à peça depois de ter assistido à peça e, apesar de terem sido experiências bem diferentes (óbvio!), ainda preferi o filme. A história é toda muito intensa, desde o começo, e os personagens, principalmente o Fantasma e a Christine, são muito ricos em essência. Além disso, há toda a música do gênio Andrew Lloyd Webber. Tudo isso junto é o que encanta.

o fantasma da ópera fantasma

Porém, para encantar, o elenco certo teve que ser escolhido e, nesse caso específico de O Fantasma da Ópera, não foi fácil. Só para se ter uma ideia, o projeto para esse filme foi concebido em 1989 e o lançamento programado para 1991, com as estrelas do teatro Michael Crawford e Sarah Brightman voltando em seus papeis originais de Fantasma e Christine, respectivamente.

Entretanto, Webber e Brightman, que eram casados, acabaram se divorciando e, em razão disso, o projeto foi adiado, o que foi a melhor coisa que poderia ter acontecido quando levamos em conta o resultado final, que chegou aos cinemas somente em 2004. O motivo é simples, e está ligado principalmente à personagem da Christine.

Assim, quando Emmy Rossum ganhou o papel e começou a gravar, tinha apenas 16 anos, ao passo que, em 1991, Sarah Brightman tinha 30. Imaginem, portanto, a diferença que isso faria para história…

o fantasma da ópera emmy rossum

O papel da Christine exigia uma atriz muito jovem, em virtude da inocência da personagem, inocência que uma mulher de 30 anos não tem mais. Por melhor atriz que Sarah Brightman seja, para a história ia soar um pouco estranho que ela assumisse o papel novamente. Emmy Rossum foi a escolha perfeita – ela tinha a idade certa e a voz certa, uma voz de anjo muito agradável de se ouvir.

Voltando à história, estamos falando de dois homens apaixonados pela mesma mulher e que não vão medir esforços para ficar com ela. E como já ficou bem claro, tudo é contado na forma de música. Primeiro se declara o fantasma, na incrível cena de The Music of The Night, e depois se declara o Raoul, na talvez mais conhecida cena e mais conhecida música da história, All I Ask of You.

o fantasma da ópera all I ask of you

Christine não consegue se decidir com quem quer ficar, sendo que o maior exemplo disso é a cena do cemitério, quando ela vai visitar o túmulo do pai. Se vocês prestarem atenção na letra da música que se passa nessa parte, entenderão o que digo.

A vantagem do Raoul é que ele é real, jovem, bonito. Já a do Fantasma, é que ele sempre esteve presente na vida dela, ensinando-a e cuidando dela, mesmo que nunca tenha aparecido em carne e osso antes de Raoul entrar na vida da garota e demonstrar interesse por ela.

Ademais, Christine tem uma imagem indefinida do Fantasma em sua mente. Ela não sabe se ele é o seu pai, se é um potencial amante, mas o fato é que, mesmo com a deformidade no rosto que ele tem, ela se sente muito atraída por ele.

Além disso, o próprio teatro é um dos personagens. O lugar é o santuário do Fantasma, seu domínio, praticamente o único local que ele conhece no mundo. O cenário é todo muito artístico, o vermelho e o preto predominando sempre, como demonstra, principalmente, a cena de The Point of No Return. Essa mesma cena demonstra também muito das características do longa: bastante lasciva e extremamente sensual, com certeza uma das melhores do filme.

o fantasma da ópera the point of no return

Para mim, tudo funciona de forma perfeita, inclusive as idas e vindas no tempo, que mostram a infância do fantasma e a velhice do Raoul, que são pontuais e muito bem colocadas. Não é a toa que O Fantasma da Ópera foi indicado ao Oscar nas categoria de Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Canção Original, com Learn To Be Lonely.

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Nota do(a) autor(a)

/5
o fantasma da ópera poster

2004

143 min min

País: EUA

Idioma: Inglês

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