Sabe aqueles filmes como O Sexto Sentido (The Sixth Sense – 1999) em que o spoiler estraga toda a diversão? Aqueles filmes em que saber apenas um pequeno detalhe faz a experiência cinematográfica ser totalmente diferente? Pois é, esse é o caso de O Homem Invisível (The Invisible Man) fato que faz o trabalho de escrever sobre esse longa muito mais complicado do que seria se esses detalhes não existissem. Apenas um comentário descuidado e posso revelar um pormenor que vai quebrar o proveito dos que me leem antes de comprarem os ingressos para a sessão de cinema.
Em meio a muita coisa ruim do gênero horror/thriller que estamos vendo serem lançados por aí – a exemplo do recente O Grito –, o diretor Leigh Whannell veio elevar a categoria a outro patamar de qualidade. Assim, a história acompanha Cecilia (Elisabeth Moss) após a morte de seu namorado multimilionário Adrian (Oliver Jackson-Cohen), com quem vivia um relacionamento abusivo. Ela então descobre que ele havia lhe deixado uma soma absurdamente alta de dinheiro como herança, mas sob condições bastante estranhas.
O enredo que, pela sinopse, já havia chamado minha atenção, superou em muito as minhas expectativas. Não vou dizer que O Homem Invisível é o melhor filme de terror que já existiu, porque não seria verdade, mas é um excelente representante da espécie. Elisabeth Moss dá uma aula de interpretação, chegando ao nível de Lupita Nyong’o no badalado Nós (Us – 2019). Confiar nela é tão fácil quanto confiar em nossos próprios pais.
E não é só isso. Mesmo que o roteiro apresente alguns furos, como a falta de uma explicação mais precisa sobre de onde surgiu a amizade entre Cecilia e James (Aldis Hodge), isso não faz a menor diferença. Como já dizia Alfred Hitchcock, a lógica do roteiro não interessa. Quando o impacto é grande, o espectador nem pensa na incoerência ou nos furos que ele possa apresentar. O Homem Invisível está aí para provar a verdade das palavras do saudoso cineasta.
Os efeitos especiais, por outro lado, estão impecáveis, principalmente no que toca, é claro, à “parte invisível” da história. Somados à trilha sonora muito adequada e ao talento incontestável de Moss, que tem que lidar o tempo inteiro com eles, resultaram numa película redondinha que dá vontade de assistir novamente para garantir que não deixamos passar nada.
Eis, portanto, um ótimo longa de terror para os apreciadores do gênero. Caminhei por caminhos seguros da crítica para não revelar mais do que posso sem estragar a experiência do público. O que consigo dizer, todavia, é que O Homem Invisível é um filme que merece uma discussão sólida, mas depois que todos o tiverem assistido. Afinal, o que você não vê, pode te assombrar.
Respostas de 2
Bacana vai ser um clássico
Com certeza!