Crítica de filme

O Macaco

Publicado 2 dias atrás
Nota do(a) autor(a): 2.5

O Macaco, novo filme de Osgood Perkins, baseado no conto de Stephen King de mesmo título, chega aos cinemas nesta semana com a promessa de entregar uma adaptação cinematográfica que faça justiça a história caótica e violenta do mestre do terror.

No filme, os irmãos gêmeos, Bil e Hal (Christian Convery), encontram um macaco de brinquedo no sótão de sua casa e logo descobrem que estão lidando com uma entidade maligna, responsável por matar as pessoas ao seu redor de maneira terrível. Décadas depois de pensarem terem se livrado do brinquedo, os gêmeos agora precisam lidar com a volta do objeto que colocou a vida de ambos e de seus entes queridos em perigo. 

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A premissa da história traz um tom bastante parecido com o da franquia Premonição, mas O Macaco não é executado com a mesma atenção a detalhes ou criação de suspense presente nela. O primeiro ato do filme é excelente e nos introduz aos dois personagens principais de maneira extremamente eficiente, estabelecendo a personalidade de cada irmão de forma clara e objetiva, assim como a relação entre os dois, mas infelizmente as coisas desandam quando o salto temporal de vinte anos entra em cena e somos transportados para o presente. 

Theo James é um ator competente, mas existe uma falta de carisma notável em seu trabalho como protagonista do filme. Talvez esse seja um problema de desalinhamento de escolha de elenco, já que se torna difícil associar o ator que interpreta os gêmeos quando crianças com a imagem de James. Mas o veredito é que o filme enfraquece de maneira considerável uma vez que ele entra em cena. A relação entre Bil e seu filho Petey (Colin O’Brien) é outro aspecto que não convence. O roteiro tenta usar a conexão entre os dois e o drama familiar em torno disso como o compasso gravitacional do filme, mas ela não é desenvolvida de forma envolvente a ponto de funcionar de maneira devida. 

Outro ponto que chama atenção de forma negativa é a qualidade dos efeitos visuais do filme. As sequências de morte são elaboradas de maneira interessante e demonstram potencial, mas acabam perdendo o seu impacto por conta da falta de consistência desse elemento técnico. O sangue, presente nas cenas em grande abundância, é nitidamente colocado em cena de maneira digital e a falta de efeitos práticos acaba prejudicando a imersão do espectador durante as cenas de morte. O exagero dos cenários do filme pode até ser irrealista, mas isso não significa que a qualidade técnica presente em tela precisa seguir esse mesmo caminho.

No geral, O Macaco é um filme que decepciona. Apesar do conceito divertido, o filme não consegue entreter de maneira sólida, com o próprio trailer do projeto sendo mais frenético e interessante do que o produto final consegue ser. Até agora, Osgood Perkins tem dirigido filmes em que o potencial das ideias presentes neles não conseguem atingir um ponto de execução satisfatório que faça justiça a eles. Quem sabe ele finalmente consiga acertar esses erros em seu próximo filme.

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o macaco poster

O Macaco

The Monkey
18
País: EUA, Reino Unido, Canadá
Direção: Osgood Perkins
Roteiro: Osgood Perkins, Stephen King
Elenco: Theo James, Tatiana Maslany, Colin O'Brien
Idioma: Inglês

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