Em meio a um oceano de produções audiovisuais, algumas se destacam como um farol guiando navios perdidos. Às vezes o reconhecimento vem de forma calculada e premeditada, mas também pode vir de surpresa, despretensiosamente. Seja como for, quando isso acontece, logo surgem outras obras tentando emular o sucesso conquistado. É aquela coisa, né: se a receita deu certo uma vez, porque não tentar de novo? Foi exatamente esse o caso do novo thriller de mistério da Max, Os Horrores de Caddo Lake.
A partir de um dado momento do longa, fica claro que os diretores Logan George e Celine Held tentaram evocar uma das maiores produções televisivas recentes, Dark (2017). Então, se você é fã da famosa série da Netflix, esse filme é para você, e qualquer semelhança não é mera coincidência.
A estaca devia ter sido enfiada mais fundo no coração da história.
Produzida por M. Night Shyamalan e estrelada por Dylan O’Brien e Eliza Scanlen, a trama de Os Horrores de Caddo Lake item início com o desaparecimento de uma menina de oito anos que traz à tona uma série de outros casos de desaparecimentos que desestruturaram uma família.
Mas não se aflija, porque apesar do nome, não estamos falando de um filme de horror. Assim como Dark, a principal força da obra é o suspense. E de excelente qualidade, diga-se de passagem. A película é daquelas que te prende do início ao fim, mas como colocado lá no início, a história evoca outra já conhecida. Portanto, o único problema está naquele poder desenvolvido por todo consumidor de filmes e séries: a previsibilidade. Ou seja, a partir do momento em que Ellie (Scanlen) atravessa o primeiro “portal” de tempo, a trama está entregue.
Mas isso não quer dizer que você não deva assistir. Pelo contrário. Naquele oceano de produções audiovisuais, pode ter certeza de que Os Horrores de Caddo Lake está em um daqueles locais de destaque, mesmo que não alcance o mesmo patamar de Dark, se é que podemos comparar uma série com um filme – que tem bem menos tempo para o desenvolvimento da narrativa.
O longa é dono de uma bela fotografia com um quê de sombria que ressalta a desolação de uma comunidade, a solidão, e o estado de espírito de personagens em luto. E o pano de fundo é um lago que pode levar as pessoas através das barreiras do tempo. Portanto, se você curte esse tipo de enredo, sugiro que corra lá na Max e dê o play nessa viagem.