Todo Tempo que Temos pode até não reinventar o drama romântico, mas compensa pela sensibilidade e pelo charme dos protagonistas Tobias (Andrew Garfield) e Almut (Florence Pugh). O filme não tem pressa em tentar algo novo ou grandioso; ele se contenta em explorar os altos e baixos de uma relação de forma simples e verdadeira, e isso, curiosamente, acaba funcionando bem. A química entre os dois atores é tão autêntica que, mesmo quando a história segue por caminhos previsíveis, é fácil se deixar levar pela jornada deles.
O grande destaque está exatamente na relação entre Garfield e Pugh. Os dois dividem cenas com uma intensidade e naturalidade que torna fácil acreditar no amor de seus personagens. Eles se complementam com uma dinâmica rica e cheia de nuances, deixando o filme muito mais envolvente do que o próprio enredo promete. A maneira como se olham, como riem juntos ou até como discutem é de uma honestidade que prende o espectador.
Quando duas jovens missionárias batem à porta do Sr. Reed, um simples debate sobre fé se transforma em um perturbador jogo psicológico.
O filme acerta ainda ao focar em momentos pequenos e cotidianos, que tocam fundo e trazem verdade para a narrativa. Em vez de criar grandes reviravoltas, a história prefere nos mostrar o valor de uma troca de olhares ou de um abraço em silêncio. Essa abordagem intimista faz o público se conectar com os personagens, mesmo que, no fundo, saibamos onde tudo isso vai dar. É essa simplicidade que torna o filme especial, como se fosse um lembrete de que as melhores histórias nem sempre precisam de grandes surpresas.
Visualmente, Todo Tempo que Temos é um prazer à parte. A fotografia e a trilha sonora funcionam em perfeita harmonia, criando um clima que reflete o que os personagens sentem. As cores e as músicas ajudam a construir uma atmosfera melancólica e acolhedora, o que deixa o filme ainda mais bonito e imersivo. Cada detalhe parece ter sido pensado para que o espectador sinta o peso e a leveza dessa relação.
Em resumo, Todo Tempo que Temos é um drama que conquista justamente por não tentar ser mais do que é. Sem grandes inovações, ele se apoia na química irresistível entre Garfield e Pugh e na forma sincera como aborda os sentimentos. É um filme que nos lembra da importância das conexões humanas e da beleza dos momentos simples, mesmo que não esteja contando nada revolucionário.