Crítica de série

Crítica 2 | ‘A Maldição da Mansão Bly’ é uma das melhores séries da Netflix?!

Publicado 4 anos atrás

A Maldição da Mansão Bly é o mais novo classico do terror?

Após o sucesso estrondoso de A Maldição na Residência Hill (The Haunting of Hill House), Mike Flanagan obteve a confiança da Netflix para continuar contando suas histórias assombradas e muito bem montadas. Mesmo reciclando alguns artifícios para aprimorar seu desenvolvimentos, A Maldição da Mansão Bly apresenta uma nova atmosfera totalmente diferente e tão boa quanto a da primeira temporada.

Assim, Dani Clayton (Victoria Pedretti) é contratada para trabalhar na mansão Bly, uma enorme residência situada no interior da Inglaterra. Seu trabalho é cuidar de Miles (Benjamin Evan Ainsworth) e Flora (Amelie Bea Smith), duas crianças que acabaram de perder os pais num acidente. Porém, não avisaram Dani que os garotos têm comportamentos estranhos.

a maldição da mansão bly dani e edmund

É impressionante ver a criatividade e inteligência de Mike Flanagan ao criar uma história completamente diferente da temporada anterior usando vários dos mesmos artifícios para a construção do terror e suspense. Em ambas as temporadas esses truques funcionam para criar essa atmosfera, com sutis toques do humor, sem ficar forçado.

Dessa forma, para chegar em seu objetivo, Flanagan usa com mais frequência dois tipos de planos: o mais longo e fechado, para aproximar o espectador dos personagens, e o estático aberto para ambientar o espectador. Fora esse trabalho esplêndido do diretor, a trilha dessa temporada se faz presente em toda construção narrativa, ajudando ainda mais na imersão do público.

Além de uma boa construção narrativa, essa temporada conta também com vários atores incríveis que fizeram parte do elenco na primeira temporada, destaque para Victoria Pedretti que, em A Maldição da Residência Hill, viveu a personagem Nell. Um diferencial dessa série como um todo é focar mais no desenvolvimento dos personagens e crescer a trama pessoal de cada um, mesma coisa usada na season passada – e presente nesta segunda parte também. E para que isso funcione narrativamente, é necessário um bom trabalho nas atuações, principalmente por parte das crianças, que apresentam um arco narrativo complexo e bipolar, mudando as emoções em diferentes partes do seriado. 

a maldição da mansão bly dani

Mesmo todas as personas sendo intrincados e apaixonantes, vou dar o foco em apenas três que me encantaram mais ao longo da série. São eles: Dani Clayton (Victoria Pedretti), Jamie (Amélia Eve) e Miles (Benjamin Evan Ainsworth). Para mim esses são os melhores e mais profundos papéis da série, por apresentar um background melindroso e uma história atraente.

Assim, no caso do Benjamin, sua falta de expressões e a bipolaridade forte agrega e muito ao Miles – seu personagem – que sofre com traumas e manipulação. Já o caso da Victoria é totalmente o oposto. Ela usa e abusa de expressões corporais e faciais para carregar as emoções de Dani. Expressões essas como: medo, felicidade, tristeza, incerteza, insegurança e culpa.

Entretanto, Amélia, que interpreta Jamie, esconde ao máximo todo o tipo de sentimento, passando-se como uma personagem dura e sem grandes sofrimentos quando na verdade ela é sim bem sentimental.

Porém, isso tudo não se deve apenas às ótimas atuações, já que o roteiro também tem grande peso sobre elas por criar esses grandes e diferentes papéis.

Outro ponto que faz com que a série se destaque sobre as outras do mesmo gênero é a representação dos fantasmas que aqui, em A Maldição da Mansão Bly, não necessariamente são hostis e às vezes até ajudam a protagonista a evoluir. Esse mecanismo também está presente na primeira temporada. 

O roteiro em toda a série é muito bem arranjado: ao invés de ficar criando plot twists desnecessários, Mike Flanagan escolhe deixar o espectador em dúvida sobre várias questões e respondendo todas elas no final. Só há um ou dois plots mais importantes que realmente fazem diferença para o enredo. Dito isso, é válido mencionar que não existe um episódio solto ou sem necessidade: todos eles são usados para desenvolver algum personagem ou alguma parte da trama.

a maldição da mansão bly miles

Como já disse anteriormente, nos aspectos técnicos, as duas temporadas são bem parecidas. Porém, há algumas mudanças narrativas significativas que se destacam. Uma dessas mudanças está ligada ao final aberto para interpretação do público que pode considerá-lo de duas formas diferentes. 

Mesmo já tendo duas temporadas, ainda sim acho que Mike Flanagan tem mais histórias interessantes para contar ao público. Vimos que em ambas as temporadas, Flanagan teve capacidade de desenvolver mais coisas dessa mesma pegada do terror. A Maldição da Mansão Bly é uma grande série que ficará marcada na história por ser uma das melhores séries do gênero já feitas. 

Disponível na Netflix.

Compartilhar
a maldição da mansão bly poster

País: EUA

Idioma: Inglês

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *