A campanha de divulgação da nova série da Netflix, The Witcher, foi longa e ferrenha, basicamente construída em cima de Henry Cavill, sua base de sustentação. Por ser inspirada na saga de livros de mesmo nome do escritor polonês Andrzej Sapkowski e também pelo gênero que carrega – fantasia medieval -, o seriado chegou a ser comparado ao consagrado Game of Thrones. Mas apesar de não chegar ao nível da série da HBO, a primeira temporada da história de Geralt de Rivia (Cavill) certamente conquistou seu lugar.
A trama é magia pura e maravilhosa, construída com esmero e muita qualidade dentro de sua proposta. Encanta pela fotografia impecável e os cenários maravilhosos que passaram pela Hungria, Ilhas Canário, Espanha e Polônia, representando os vários reinos do Continente. Atrai pela beleza dos personagens principais e dos efeitos especiais. E assombra pela complexidade do roteiro.
Tanto é assim que se o espectador de The Witcher não estiver atento, ficará perdido na linha temporal da história que, sem aviso, dá longos saltos, indo e vindo numa alternância difícil de notar, pelo menos no começo. E o fato de vários personagens serem criaturas mágicas (bruxos, magos etc.) e, por isso, não envelhecerem ou envelheceram muito devagar, torna a tarefa ainda mais complicada. Demora um pouco até ficar claro para o público que os arcos narrativos não acontecem simultaneamente, mas sim em épocas bem diferentes. Um script assim requer muita competência, o que, felizmente, não faltou na série.
Dessa forma, todo o marketing feito em torno do protagonista não foi em vão. O Geralt de Rívia de Henry Cavill está incrível. Lobo solitário, ele é um bruxo que segue seu próprio código de ética, perambulando pelo mundo para matar monstros perigosos e que, de vez em quando e sem querer, esbarra com pessoas que marcam sua vida, como a princesa Renfri (Emma Appleton) e o bardo inconveniente Jaskier (Joey Batey).
Mas apesar da boa atuação e da beleza do nosso Super-Homem (cortesia para o público feminino), a grande estrela da trama é seguramente Anya Chalotra, atriz de 23 anos que interpreta a maga Yennefer de Vengerberg, sem dúvida a personagem mais rica do enredo, representando os extremos da feiura e da beleza, além da ambição pelo poder.
A outra protagonista, Freya Allan, também não faz feio. Ela representa a princesa Ciri do reino de Cintra e seu arco, assim como o de Yennefer, é sofrido. Com 18 anos, a atriz bem pôde se fazer passar por uma menina de 12, idade de sua personagem, dada sua constituição pequena, magra e delicada, como a Arya de Maisie Williams, em Game of Thrones.
E já que a comparação foi feita, vamos seguir então na mesma linha. Seria bom demais para ser verdade que, em tão pouco tempo, surgisse uma produção com a mesma grandiosidade da série de David Benioff e D.B. Weiss, mas com toda a certeza, The Witcher tem muitos pontos em comum com ela. A dose de magia é inquestionavelmente maior, mas assim como GOT, tem muitas batalhas, lutas de espada, política e bastante nudez, coisas de que o público já provou gostar.
Sendo assim, com um primeiro episódio excepcional, seguido por outros que oscilam entre medianos e muito bons, a temporada de início de The Witcher atingiu as expectativas culminando com a sensacional batalha de Sodden. Sabe aquele season finale que te deixa maluco pela continuação?
Por isso, fãs do gênero fantástico, erguei-vos! Temos uma nota 8.7 no IMDB e mais uma história imperdível está sendo contada.
Respostas de 2
Ótima análise 👏🏻👏🏻👏🏻
Muito obrigada!