Dirigido por Michael Lehmann, a trama de A Vizinha da Mulher na Janela conta a história de Anna (Kristen Bell), uma mulher com um passado traumático que a deixou viciada em remédios e bebida. Passando sua vida pacata dentro de casa, ela começa a vigiar seu vizinho, até que um dia vira testemunha um assassinato. Será tudo real ou fruto de sua imaginação?
A sinopse atraente já leva o espectador mais antenado à pensar “Mas, esse enredo já não foi usado em outro filme?”. E a resposta é sim! Claramente, a série já entrega o jogo da sátira quando coloca o nome e enredo da série semelhantes ao filme estrelado por Amy Adams (e indicado ao framboesa de ouro) A Mulher da Janela. Mas mesmo assim, a temática não se enquadra em um suspense comum. Com o total de 8 episódios, a série escancara alguns clichês de forma proposital, mas ainda fica a dúvida se de fato a produção é só uma brincadeira ou tentou se levar a sério em algum momento.
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Contudo, para atrair quem assiste, a trama caminha para um lado de investigação e busca por culpados, atrelando o suspense às condições de Anna ao passo que descobrimos mais sobre os traumas dela. Com um primeiro ato interessante, Kristen Bell mostra seu lado mais cômico junto à interpretação que leva à lembrança da velha protagonista Veronica Mars, da série de mesmo nome (para os mais antigos, o nome já é familiar), em que precisa juntar as peças para encontrar o verdadeiro criminoso, caso exista algum.
A premissa é interessante e os primeiros episódios prendem bastante a atenção. Contudo, alguns personagens acabam sendo caricatos demais e, novamente, a série peca em não querer deixar claro o quão proposital essas características são dentro da trama. Apesar disso, Kristen Bell e Tom Riley conseguiram entregar personagens autênticos, mesmo com a intenção de eles serem previsíveis. Porém, a melhor atuação foi de Samsara Yett, atriz que interpreta a filha do vizinho de Anna que, apesar da pouca idade, passa os reais sentimentos carregados do óbvio como a trama pede, mas com bastante talento.
O grande problema, entretanto, foi mesmo a questão de obviedade que, mesmo sendo a proposta, cria um clima de inquietação, uma vez que a série consegue imergir bem no suspense até cair numa quebra muito brusca, tornando a série um pouco arrastada em seu segundo ato, principalmente nos episódios 4 e 5.
Durante o ato final, as reviravoltas chegam a ser empolgantes e na grande revelação, as cenas mais escancaradas dão um tom bastante cômico à série, desmascarando por completo sua premissa. Infelizmente, depois isso, a série fica morna novamente, mesmo com a expectativa de uma nova temporada.
Por fim, destacando-se pela diversão que alguns episódios trazem somada à narrativa que traz um pouco de mistério e suspense, A Vizinha da Mulher na Janela pode ser um bom entretenimento se não for levada à sério. Até quem é fã de um bom thriller pode se divertir com a história de Anna, mas não espere grandes emoções, aprofundamento de personagens ou explicações racionais para alguns acontecimentos! Mesmo assim e apesar de seus deslizes durante o processo, é uma boa alternativa para um final de semana, afinal possui uma boa sacada na dualidade que cria entre o real e a sátira.
