Talvez um drama político não seja o conteúdo que mais atraia os brasileiros que estão buscando entretenimento na Netflix. Mas se você é um cinéfilo que gosta de conteúdo de excelência, então Borgen precisa fazer parte de sua bagagem cinematográfica e intelectual.
Lançada no início da década passada, a série dinamarquesa foi um sucesso na Europa e nos Estados Unidos, vencedora de vários prêmios notáveis lá no hemisfério de cima. Mas mesmo que tenha ficado disponível para nós muitos anos mais tarde, em 2020, passou despercebida aqui em terras tupiniquins, o que é realmente uma pena. Deveria ter ficado nos top 10 por algum tempo, sem dúvida.
Porém, nunca será tarde demais para conhecer Birgitte Nyborg (Sidse Babett Knudsen), a primeira mulher da história a se tornar primeira ministra da Dinamarca. Também nunca será tarde demais para conhecer o papel da imprensa (hoje substituída pelas redes sociais) como o quarto, e talvez o maior dos poderes, uma força avassaladora capaz de derrotar gigantes e moldar os destinos das nações.
Explorando com maestria seus grandes personagens, Borgen nos coloca dentro de uma verdadeira aula de política, chegando ao ponto de nos fazer questionar quem detém o real controle do comando de um país: os políticos ou os assessores de imprensa (0s famosos spins doctors…). E tal incerteza, numa nação tão pequena como a Dinamarca, pode elevar as tensões a um nível calamitoso.
A terceira temporada esfria um pouco o clima incendiário com que a segunda termina, e a quarta aposta na nostalgia de um dos maiores sucessos da Escandinávia (porque foi lançada quase uma década depois da anterior), mas mostra como o gene da política é tão forte quanto qualquer outro. Quando o filho de Nyborg, agora adulto, se mostra tão sedento de poder quanto a própria mãe, um conflito maior do que os princípios dos partidos tem início. A guerra entre gerações aflora, e então assistimos a uma queda de braço cuja base, no entanto, permanece a mesma. Quais valores irão prevalecer?
Uma resposta
Realmente é excelente!!!