Crítica de série

Crítica | Dark – 2ª Temporada

Publicado 5 anos atrás

A relatividade do tempo se torna ainda mais complexa e o seriado ainda melhor

Quando Jonas acordou, na última cena da primeira temporada, depois de ter tocado Helge, muitos dos espectadores do seriado alemão Dark devem ter levado as mãos à cabeça e exclamado algo do tipo: Caramba! E agora? Em que ano ele está? E uma resposta é dada: Bem-vindo ao futuro, diz alguém misterioso. Assim, algo que já era complexo, se tornou ainda mais complicado. Mas se pensávamos que a continuação seria um fiasco, nos enganamos redondamente.

A relatividade do tempo foi e ainda é um tema bastante explorado e, dado a sua abstração, pode ser utilizado de inúmeras maneiras para se contar histórias. Em Dark, foi uma explosão na usina nuclear na cidade alemã de Winden que causou uma fissura na linha do tempo e permitiu que seus habitantes viajassem por ela, dando saltos a cada 33 anos, para frente ou para trás.

Na primeira temporada, acompanhamos Mikken e Jonas em sua jornada para o passado, saindo de 2019 diretamente para 1986 (ano em que, na vida real, o maior acidente nuclear na história da humanidade aconteceu, quando a usina de Chernobyl, na Ucrânia, explodiu). Já Ulrich voltou para 1953, mais 33 anos para trás, formando então a famosa triquetra que aparece tanto nas cenas.

Tal detalhe pode nos remeter à obra de Stephen King, It: A Coisa, em que uma entidade do mal acordava a mais ou menos cada 30 anos para aterrorizar a pequena cidade de Derry, no Maine, EUA. Só que em Dark, tudo é um pouco mais complexo. Quem viaja no tempo pode se deparar com uma versão mais nova ou mais velha de si mesmo, ou então voltar a uma época em que nem sonhava em nascer, ou ainda avançar para um tempo em que não poderia mais estar vivo. É o passado influenciando o futuro e o futuro influenciando o passado.

É assim que, na nova temporada, rompeu-se a barreira da triquetra e, junto com Jonas e Noah, vamos parar também em 1921 e 2052 (33 anos para trás de 1953 e 33 anos para frente de 2019).

É nesse vai e volta que acompanhamos a angústia de quem nunca viajou no tempo (pelo menos que a gente saiba!), como Egon, que começou a achar que algo estava errado quando era jovem, em 1953, e morreu tendo certeza de que algo estava errado, em 1987. Ou Charlotte, que também começou a questionar as coisas em 2019, época original em que tudo nos foi apresentado.

É nesse vai e vem que todas as suposições formadas foram sendo destruídas uma a uma ao longo dos oito episódios. Não sabemos mais quem é o vilão (Cláudia? Noah? Adam?) e quem é o mocinho (Claudia? Noah? Jonas?).

É nesse toma lá, dá cá, que os romances acontecem e são desfeitos, que pessoas nascem e morrem, sempre trazendo consequências para o passado… ou para o futuro.

E quem diria que seria Martha a nos dar o gancho para a terceira temporada, porque da mesma forma que Jonas encerrou a primeira temporada perguntando “em que ano estamos?” e recebendo a resposta “bem-vindo ao futuro”, dessa vez, quando ele pergunta para a namorada “de que época você veio?”, ela responde “a pergunta não é de que época, mas de que mundo”.

E então? Levou as mãos à cabeça novamente se perguntando se a próxima fase de Dark será um fiasco? Esperemos que não. O futuro nos aguarda!

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dark poster

País: Alemanha, EUA

Idioma: Alemão

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