Imagine fazer um teste de gravidez e descobrir que está grávida. Para muitas mulheres, não haveria felicidade maior nesse mundo. Imagine agora que são gêmeos! Para muitas mulheres a felicidade dobraria. Mas agora imagine que os gêmeos são de pais diferentes… Pode isso?
Pois é. E mais estranha do que essa situação é saber que ela pode acontecer sim, e tem até um nome científico: superfecundação heteroparental. Até assistir a Pedaço de Mim, eu nunca tinha ouvido falar nesse fenômeno raro que acontece quando os óvulos são fertilizados por espermatozoides de parceiros diferentes, resultando em gêmeos com pais diferentes.
É como um jogo de futebol com duas bolas em que dois jogadores fazem gol ao mesmo tempo. Parece algo impossível… até acontecer.
E a proposta de Pedaço de Mim foi explorar esse campo da forma mais marcante possível, algo que a criadora Angela Chave fez brilhantemente. Deu orgulho dessa produção nacional que, agora, figura entre uma das maiores à que já assisti.
Ora, além da belíssima fotografia, que é um dos grandes destaques, eu não preciso nem dizer que os centroavantes Juliana Paes, Vladimir Brichta e Felipe Abib bateram um bolão. Ouso até dizer que, aqui, estão em uma das melhores atuações de suas vidas (se não for a melhor). A lateral também estava muito bem representada por Paloma Duarte, que deu um senhor suporte ali na pequena área de ataque, além de performar seu pequeno show particular na paralela.
Foi um jogo memorável, não há dúvida, apesar da falha técnica na defesa devido à escalação pífia de alguns papéis importantes na trama. Só por isso, perdemos a medalha de ouro, mas isso não importou tanto, dado o sucesso da série.
Mesclar a superfecundação heteroparental com a violência contra a mulher foi uma jogada de mestre de Chaves. Nos deixou de olhar fixos na tela e elevou o patamar do audiovisual brasileiro, fazendo um verdadeiro gol de placa.
E fiquem de olho, porque nenhum VAR vai conseguir mudar isso.
Uma resposta
E essa crítica foi um gol de placa! 👏🏻👏🏻👏🏻