Mesmo com boa intenção, minissérie da Netflix tem resultado pífio e decepcionante
Estreou na última semana a série ‘The I-Land’, nova produção da Netflix que chamou a atenção por seus elementos semelhantes a ‘Lost’ (2004-2010) e a saga ‘Jogos Vorazes’ (2012-2015). Sendo esse seriado, no entanto, uma simples homenagem a esses dois megassucessos ou uma tentativa de imitação, o fato é que o resultado foi pífio e decepcionante.
Antes de mais nada, é preciso dizer que mesmo que uma ideia não seja original, quando bem planejada e bem executada pode se tornar um grande sucesso. Esse, infelizmente, não foi o caso de ‘The I-Land’.
Chamar o seriado do criador Anthony Salter de ridículo poderia soar um pouco exagerado, mas ele chega muito perto disso. O fato é que a produção se perde em tudo o que tenta, inclusive e principalmente em suas referências.
Se Salter quis criar uma nova Kate Austen ou uma nova Katniss Everdeen (personagens de Evangeline Lilly e Jennifer Lawrence em ‘Lost’ e ‘Jogos Vorazes’, respectivamente) com sua protagonista Chase (Natalie Martinez), se perdeu. Apesar de a personagem apresentar características atraentes, como força de personalidade, segurança, determinação e liderança nata, está longe de se comparar às suas correspondentes. Chase não tem um pingo de carisma sequer.
Todavia e não obstante, o problema de uma personagem principal não agradar pode às vezes ser solucionado com um(a) antagonista que faça contrapeso a ela. É aí que entra K.C.. A personagem de Kate Bosworth é talvez a única coisa boa de ‘The I-Land’ e a atriz está excepcional, porém nem ela consegue salvar a série.
Continuando, se o seriado quis criar uma nova espécie de Presidente Snow (interpretado brilhantemente por Donald Sutherland em ‘Jogos Vorazes’) com seu diretor do sistema prisional do Texas, Warden Wells (Bruce McGill), se perdeu. O personagem foi pintado como um conservador ridículo num apelo político desnecessário. Basta olhar sua caracterização como um velho xerife típico do western americano numa sociedade claramente futurista.
Se quis dar dinamicidade à história, resolvendo um dos principais mistérios logo de cara, se perdeu. Tudo acontece rápido demais em ‘The I-Land’, fazendo com o que o clima de suspense e mistério se dissolva antes do que deveria.
Os contrates também não são lá os melhores… Ao belo cenário da ilha (One-Land, como seus novos habitantes passam a chamá-la) contrapõe-se a prisão do Texas, com seu entediante e exagerado geometrismo. Nada ali foge dos ângulos, a não ser o tapete da sala do diretor Wells, que mais parece sangue espalhado pelo chão.
E não podemos esquecer a referência a Júlio Verne. Até isso fica um pouco pedante.
Pois é, Anthony Salter. Todo o magnetismo e campos de força que você usou em sua produção para prender seus personagens serviu apenas para a ficção mesmo. Na realidade, os espectadores não se sentirão tão atraídos.
Uma resposta
Porcaria de série,seria melhor nem lançar sequência pra não passar mais vergonha.