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Lista | Alan Menken e as 5 melhores trilhas sonoras dos clássicos Disney

04/18/2020 •

17:39

Não há como falar dos clássicos da Disney sem antes falar de Alan Menken. A geração que foi criança na década de 90 do século passado não me deixará mentir. Mesmo quem não reconhece o nome do compositor americano, com certeza reconhecerá pelo menos algumas de suas famosas trilhas, seja no Cinema – que lhe renderam o total de oito Oscars, tornando-o a pessoal viva com o maior número de estatuetas douradas – ou no Teatro – que lhe renderam um Tony Award (com a adaptação de Aladdin para os palcos).

As músicas de Menken o tornaram conhecido internacionalmente e também merecedor de um lugar só seu na Calçada da Fama de Hollywood.

Com certeza, os clássicos Disney – que são musicais em sua essência -, não seriam os mesmos sem sua preciosa contribuição. Acompanhem a lista a seguir, que trata da minha seleção sobre as melhores trilhas sonoras da casa do Mickey, e tentem se lembrar das canções da sua infância ou da infância de seus filhos!

1. O Corcunda de Notre Dame (1996)

A trilha sonora de O Corcunda de Notre Dame pode não ser a mais memorável ou a mais reconhecida de todas. Foram necessários anos para entender que ela havia atingido o topo da minha minha lista de top 5. Hoje, considero essa a mais grandiosa de todas as trilhas dos clássicos Disney.

A presença da religião na trama do longa inspiraram as notas fortes, intimidadoras e imponentes de sua música. Os vocais – de impressionante grandiosidade – também são uma característica marcante da película, especialmente na canção de abertura, Sons de Notre Dame (The Bells of Notre Dame), que é reaproveitada algumas vezes ao longo da história.

A música de O Corcunda de Notre Dame não é tão divertida como a de outros clássicos (dos quais falarei a seguir), é mais impactante, feita para inquietar e, por isso, não logrou o reconhecimento do público principal, as crianças, ainda mais quando a juntamos com as letras feitas pelo parceiro de Menken nessa empreitada, Stephen Schwartz.

Assim, juntos os dois compuseram boa parte da alma do filme, que é muito mais complexa do que uma criança consegue alcançar, uma história forte que mereceu uma trilha forte.

Sons de Notre Dame é a minha canção favorita, mas nenhuma se iguala à Fogo do Inferno (Hell Fire), que deu vida à uma das cenas mais lascivas da Disney (quiçá a mais lasciva), quando Frollo performa em frente à lareira, reconhecendo seu desejo insano pela cigana Esmeralda. E o fato de essa música vir emendada de outra tão tranquila como Luz Celestial (Heavens Light) só aumenta o poder que ela possui no longa.

A orquestra de O Corcunda de Notre Dame não tem igual, é de primeira linha, um show à parte que merece reconhecimento. Menken e Schwartz não ganharam o Oscar com esse filme, o que considero um absurdo.

2. A Pequena Sereia (1989)

Diferente de O Corcunda de Notre e Dame, a vibe mais divertida de A Pequena Sereia também pedia uma trilha mais animada. Menken trabalhou com Howard Ashman, e ganhou dois Oscars: o de Melhor Trilha Sonora Original e o de Melhor Canção Original com Aqui No Mar (Under The Sea).

A Pequena Sereia tem várias das canções mais conhecidas da Disney. Quem não se lembra do caranguejo Sebastião tentando convencer Ariel a ficar debaixo d’água enquanto cantava Aqui No Mar, da comovente canção Parte Do Seu Mundo (Part of That World) ou da romântica Beije a Moça (Kiss The Girl)?

É esse filme que também possui uma das piores vilãs dos clássicos, e é Úrsula quem performa minha música favorita da animação, Pobres Corações Infelizes (Poor Unfortunate Souls), quando tira a voz de Ariel, desafiando-a a tentar conquistar o príncipe Eric sem poder dizer uma palavra.

Aqui não há vocais, a música tem uma característica muito mais praiana, uma coisa tropical totalmente condizente com a trama de A Pequena Sereia! Na canção mais famosa, Aqui no Mar, por exemplo, existe a predominância de um instrumento chamado steel drum (tambor de aço), inventado por adolescentes de Trinidad e Tobago, no Caribe, e que é feito a partir do óleo. O efeito, todos sabem como ficou!

3. Hércules (1997)

A versão Disney do semideus grego Hércules é uma das melhores já feitas e a trilha sonora, mais uma vez de Alan Menken, dessa vez em parceria com David Zippel, não fica atrás. Aqui os vocais estão de volta, mas bem diferentes de O Corcunda de Notre Dame, Hércules se utiliza bastante do estilo Gospel americano, o que casou perfeitamente com o estilo do filme.

A música mais conhecida do longa é sem dúvida Vencer Distâncias (Go The Distance), que Rick Martin imortalizou nas versões em espanhol e português, mas em minha opinião, nenhuma supera Não Direi (I Won’t Say), interpretada por uma das melhores personagens da Disney, Mégara, e as Musas, narradoras da história. Essa canção também rendeu à brasileira Kika Tristão o prêmio de melhor cantora dubladora da América Latina, prêmio até então inédito para o Brasil.

Hércules merecia mais reconhecimento além da indicação de Menken, de novo, ao Oscar de Melhor Canção Original com Vencer Distâncias, já que tem uma pegada diferente do que vinha sendo a Disney até a época em que foi lançado. O filme também possui um dos melhores vilões dos clássicos, o Deus do Mundo Inferior, Hades, que, por incrível que pareça, não performa nenhuma música…

4. A Bela e a Fera (1991)

Meu filme favorito dos clássicos da Disney, A Bela e a Fera pode não figurar no topo da lista pela trilha sonora, mas com certeza não deixa a desejar!

Como não se lembrar, dentro da história da garota que é mantida prisioneira por um príncipe transformado em fera, da icônica canção Seja Nossa Convidada (Be Our Guest), cantada por Lumière e Madame Samovar? Nesse longa, é com ela que Alan Menken e Howard Ashman se superam, mas também não se pode negar o carisma das músicas Bela (Belle), que se escuta logo no início do filme; Gaston (Gaston), que dá vida a uma das melhores cenas da película, uma ode a um dos personagens mais narcisistas de que se tem notícia; e, é claro, da inesquecível A Bela e a Fera (Beauty and The Beast), no baile particular que a Fera promove para Bela. Todos se lembram dessa cena e até da cor do vestido da Bela, não é? Amarelo, claro.

A Bela e a Fera foi o campeão de reconhecimento de Alan Menken que, junto com Howard Ashman, levou dois Oscars das quatro indicações que teve, incluindo Melhor trilha Sonora Original (que ele conquistou), sendo três delas as que citei acima: Melhor Canção Original para A Bela e a Fera, Bela e Seja Nossa Convidada. Concorrendo com ele mesmo, Menken também levou o prêmio com a canção A Bela e a Fera.

Aqui, não se pode deixar de citar também o recente live-action da história, com Emma Watson e Dan Stevens nos papeis principais. É claro que, quase 30 anos depois da animação, alguns detalhes, inclusive os musicais, foram modificados (apesar da impressionante fidelidade à animação original de 1991), tanto para dar um ar de novidade como em razão da mudança dos tempos. Uma pena que a música não tenha atingido o mesmo nível de magia, pelo menos para quem assistiu e ouviu as canções na infância.

5. Aladdin (1992)

No ano seguinte ao sucesso de A Bela e a Fera, veio o passeio pelas Arábias com Aladdin, um dos preferidos da geração dos anos 1990! E o sucesso de Menken quase se igualou. Com a trilha desse longa, ele e seus parceiros Tim Rice e Howard Ashman (mais uma vez), não teve uma, nem duas, mas três indicações ao Oscar.

Além do prêmio de Melhor Trilha Sonora Original, o compositor também levou o Oscar de Melhor Canção Original com Um Mundo Ideal (A Whole New World), que Aladdin canta com sua amada princesa Jasmin. Apesar disso, considero que a melhor música desse longa é a animada Nunca Teve Um Amigo Assim (Friend Like Me), cantada pelo gênio da lâmpada, também indicada à estatueta dourada e que, para mim, é o ponto alto do filme.

Não obstante, não há música ruim em Aladdin, não houve qualquer erro na parceria de Menken com Rice e Ashman. Assim, vocês também devem se lembrar da ótima Noites da Arábia (Arabian Nights), na abertura do filme, e da fantástica Príncipe Ali (Prince Ali), quando nosso protagonista desfila para a princesa que quer conquistar.

E aqui, da mesma forma que aconteceu com o live action de A Bela e a Fera, o live action de Aladdin também não alcançou o brilhantismo total da animação original, fato que pode ser atribuído, como já dito anteriormente, a nossos ouvidos, agora adultos, ou, quem sabe, da mudança de era, que também alterou o tom dos acordes.


Enfim, talvez essa seja a lista mais difícil que já fiz, ou talvez a mais fácil, já que a diferença de qualidade da trilha desses clássicos Disney é praticamente nula. A conclusão a que se pode chegar é simples: Alan Menken é um mestre das trilhas, um homem que sabe captar a alma das histórias e dar cor a ela, ou melhor dizendo, de imbui-las de música.

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